ATA DA VIGÉSIMA PRIMEIRA
SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 21-3-2016.
Aos vinte e um dias do mês
de março do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Adeli Sell,
Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Mônica Leal e Paulo Brum. Constatada a existência de quórum, o Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram Bernardino
Vendruscolo, Clàudio Janta, Dinho do Grêmio, Dr. Raul Fraga, Dr. Thiago, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Márcio Bins
Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Prof.
Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do
Legislativo nº 178/15 (Processo nº 1904/15), de autoria de Adeli Sell; o
Projeto de Lei do Legislativo nº 044/16 (Processo nº 0550/16), de autoria de
Dr. Thiago; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 049/16 e o Projeto de
Resolução nº 008/16 (Processos nos 0599 e 0564/16, respectivamente),
de autoria de Paulo Brum. Também, foi apregoado o Ofício nº 262/16, do
Prefeito, comunicando que se ausentaria do Município das dez horas e cinco
minutos às vinte e duas horas e quarenta e dois minutos do dia vinte e um de
março do corrente, ocasião em que participaria de reunião na Presidência do
Superior Tribunal de Justiça, em Brasília – DF. Após, foi apregoado o Memorando
nº 017/16, de autoria de Engº Comassetto, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º
do artigo 227 do Regimento, sua participação, no dia dezessete de março do
corrente, na Quarta Reunião da Coordenação Executiva da Sexta Conferência
Nacional das Cidades, às dez horas, em Brasília – DF. A seguir, foi apregoado o
Memorando nº 030/16, do Presidente, informando que Delegado Cleiton foi
designado para representar externamente este Legislativo, no dia vinte e um de
março do corrente, na cerimônia de posse do Chefe e do Subchefe de Polícia
Civil do Estado do Rio Grande do Sul, às quinze horas, no Auditório Delegado
Cícero do Amaral Viana do Palácio da Polícia, em Porto Alegre. Ainda, foi
apregoado o Memorando nº 031/16, do Presidente, informando que Waldir Canal foi
designado para representar externamente este Legislativo, no dia vinte e um de
março do corrente, na cerimônia de lançamento do Plano Municipal da Pessoa
Idosa de Porto Alegre, às quinze horas, na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre. Em
prosseguimento, o Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Alexandre Dias Abreu e Raul Giacobone, Diretor de Formação
Sindical e Diretor Financeiro, respectivamente, do Sindicato dos
Municipários de Porto Alegre – Simpa –, que discorreram sobre a manutenção dos
salários dos servidores municipais e a correção do efeito cascata. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, Jussara Cony, Airto
Ferronato, Kevin Krieger, Sofia Cavedon, Idenir Cecchim, Fernanda Melchionna,
Tarciso Flecha Negra, Elizandro Sabino e Clàudio Janta manifestaram-se acerca
do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se Jussara Cony. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e
cinquenta e três minutos às quatorze horas e cinquenta e cinco minutos. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Paulo Brum, Rodrigo Maroni e Tarciso
Flecha Negra. Na ocasião, foi apregoado documento de autoria de Dr. Thiago,
comunicando sua filiação ao Partido Democratas. Ainda, foi apregoado
Requerimento de autoria de João Carlos Nedel, Líder da Bancada do PP, solicitando,
nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde
para Guilherme Socias Villela do dia vinte e um ao dia vinte e três de março do
corrente. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se Clàudio Janta. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se Sofia Cavedon e Fernanda Melchionna. Às quinze horas
e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado
por Kevin Krieger, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/15 (Processo nº 0427/15),
considerando-se rejeitado o Veto Parcial oposto, por vinte e nove votos SIM,
após ser discutido por Kevin Krieger, Adeli Sell, Dr. Thiago, Prof. Alex Fraga,
Idenir Cecchim, Márcio Bins Ely, Jussara Cony, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni,
Airto Ferronato e Sofia Cavedon e encaminhado à votação por Engº Comassetto e
Kevin Krieger, tendo votado Adeli Sell, Airto Ferronato, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Dinho do Grêmio, Dr. Raul Fraga, Dr. Thiago, Elizandro Sabino,
Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel,
Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins
Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Os trabalhos foram suspensos das
dezesseis horas e quarenta e nove minutos às dezesseis horas e cinquenta e três
minutos. Às dezesseis horas e cinquenta e cinco minutos, constatada a
inexistência de quórum deliberativo, em verificação solicitada por Fernanda
Melchionna, foi encerrada a Ordem do Dia. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Engº Comassetto, João Carlos Nedel e Lourdes
Sprenger. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Sofia Cavedon. Às dezessete
horas e dezenove minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação
solicitada por Fernanda Melchionna, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a próxima sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por
Cassio Trogildo e secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo
Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos à
TRIBUNA
POPULAR
A
Tribuna Popular de hoje terá a presença do Sindicato dos Municipários de Porto
Alegre, Simpa, que tratará de assunto relativo à manutenção dos salários dos
servidores municipais e correção do efeito cascata. O tempo regimental de 10
minutos para manifestação será dividido entre dois oradores. O Sr. Alexandre
Dias Abreu, Diretor de Formação Sindical, e o Sr. Raul Giacobone, Diretor
Financeiro, estão com a palavra.
O SR. ALEXANDRE DIAS ABREU: Boa tarde,
Ver. Cassio Trogildo, Presidente desta Casa, em nome de quem quero cumprimentar
todos os Vereadores desta Casa; Ver.ª Jussara Cony, Presidente da Frente
Parlamentar em Defesa do Servidor Público e do Serviço Público Municipal, em
nome de quem quero também cumprimentar todas as Vereadoras; meus companheiros
municipários e municipárias presentes nas galerias na tarde de hoje. A vinda do
Simpa é motivada justamente pela tentativa de
diminuírem, em alguns casos, mais de 30% dos nossos salários em função da
caracterização dada pelo Ministério Público da existência do efeito cascata.
Por ocasião, houve um movimento e uma discussão por parte da categoria, inclusive
na data-base do ano passado, quando tivemos uma greve de mais de 15 dias,
fazendo uma luta para impedir que tivéssemos tamanha perda. Socorremo-nos,
naquele momento, inclusive desta Casa, que foi parceira na construção de uma
legislação, junto com o próprio Executivo que, num primeiro momento, não vinha
para este debate. Mas, nós, entendendo o que foi dito pelo Desembargador
Eduardo Uhlein, em análise ao processo, o que passo a ler neste momento: “Se o
valor puro de tais acréscimos não serve como estímulo eficiente para dedicação
exclusia do servidor, a solução, que somente depende da vontade política do
administrador, é modificar o plano de carreira e salários da categoria,
estabelecendo valores ou percentuais (incidentes sobre o padrão vencimental)
mais atraentes, respeitando, entretanto, a norma constitucional que não
distingue a natureza dos acréscimos pecuniários, devendo todos, no serviço
público, incidir sobre a base objetiva e impessoal do vencimento”. Pois bem,
seguindo esta indicação do Desembargador, construímos uma nova legislação, que
foi aprovada nesta Casa, pois vemos o Executivo, o Legislativo e o Sindicato,
com a estrutura da Procuradoria do Município, da Câmara e com a estrutura
jurídica do Simpa, que encontraram uma solução para resolver, de uma vez por
todas, a caracterização do efeito cascata. No entanto, o Legislativo, através
do Ministério Público, insiste em querer enxergar o efeito cascata nos nossos
salários. Queremos dizer que esse é um problema que atinge não somente os servidores
do Executivo, mas é uma realidade que também vai atingir os servidores desta
Casa. E a solução que nós construímos em conjunto também seria a solução para
os servidores desta Casa. Portanto, entendemos que é importante – e é isso que
vimos propor à Câmara Municipal – que, como parte interessada, esta Casa faça
parte, assim como o Simpa já se colocou, participe deste processo e também,
amanhã, participe de um ato em defesa dos servidores do serviço público
municipal. Resgatando a dignidade, a defesa e a condição dos servidores do
Município, nós requeremos, aqui, que a Câmara Municipal esteja presente e se
some a nós neste encaminhamento, porque, se nós não resolvermos esta situação,
nós poderemos paralisar a cidade de Porto Alegre, pois, se a vida já está
difícil com a condição que temos hoje, imaginem com menos 30% nos salários.
Isso não será possível, não aceitaremos, não concordamos, e queremos o apoio
desta Casa a este nosso pleito. Para finalizar, quero dizer uma coisa: não vai
ter golpe e viva a democracia!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convido o Sr.
Alexandre Dias Abreu para fazer parte da Mesa. O Sr. Raul Giacobone está com a
palavra.
O SR. RAUL GIACOBONE: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras; colegas municipários, boa tarde. Nós estamos
aqui hoje basicamente para solicitar o apoio desta Casa à luta dos municipários
pela manutenção dos seus salários. São aproximadamente 25 mil famílias desta
Cidade que terão prejuízo na sua receita, nos seus proventos; 25 mil famílias
que dependem desses municipários e que hoje estão na iminência de perderem 30%
da sua renda por um capricho do Ministério Público do Estado do Rio Grande do
Sul. E digo capricho porque a única argumentação que eles colocam nos processos
é de que os municipários devem ter uma diminuição dos seus salários, dizendo
que, se havia efeito cascata antes, não se poderia manter o mesmo nível
salarial agora, o que é uma falácia. Tanto não é verdade que o próprio Desembargador,
no seu despacho, como mencionou o Alexandre, diz que a Prefeitura tem autonomia
para encaminhar a esta Câmara um projeto de lei que altere o estatuto, que
altere o plano de carreira dos municipários e que mantenha o seu nível
salarial. Isso não existe, é deliberado. Primeiro, eles argumentam que estamos
trocando seis por meia dúzia; agora é pior: dizem que a Prefeitura, o Simpa e
esta Casa estão “dando um jeitinho”. É isso que está escrito no processo:
“Jeitinho”! Então, peço a esta Câmara, a todos os Vereadores, que se posicionem
nesse sentido. Aqui não se deu nenhum jeitinho. Esse processo foi construído
pela a categoria, em greve, junto com o Governo, junto PGM, foi encaminhado à
Câmara, analisado pela Procuradoria desta Casa e votado pelos Vereadores desta
Cidade. Nada mais justo do que esta Casa se posicionar sobre isso.
O Simpa, a partir de uma reunião com o movimento
sindical, está começando uma campanha em defesa do serviço e do servidor
público. Nesse sentido, amanhã teremos, aqui neste plenário, uma atividade do
sindicato, para a qual nós convidamos todos os Vereadores, especialmente a
presidência desta Casa. É importante a participação, porque é neste espaço que
poderá haver algum desdobramento público, alguma divulgação pública. É
importante isso no sentido de que, no dia 27 de abril, quando o Desembargador
do Tribunal de Justiça julgar esse processo, ele tenha ciência do que ele está
julgando ali. Não é um processo que atinge uma ou duas pessoas, uma ou duas
famílias; são 25 mil famílias da cidade de Porto Alegre que estão sendo
atingidas por essa decisão. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convidamos o Sr. Raul Giacobone a fazer parte da
Mesa.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento, e, depois, prossegue
em Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu inicio
cumprimentando os dois companheiros municipários, o Alexandre e o Raul,
Diretores do Simpa, e, através deles, estender o cumprimento aos demais
companheiros e companheiras do Simpa e servidores aqui presentes. Eu acho que
há um histórico de lutas e eu falo aqui como Presidente da Frente Parlamentar
em Defesa dos Servidores e dos Serviços Públicos, que reúne todas as bancadas desta Casa. É uma Frente Parlamentar e
nela tem assento todas as Bancadas que são constituídas nesta Casa. Acho que se
tem que levar em consideração a história de luta dos trabalhadores num momento
como este. Porque corrigir o efeito cascata, sem acarretar prejuízos à
categoria, tem sido uma das prioridades dos municipários de Porto Alegre, e a
Frente Parlamentar foi criada nesta Casa exatamente para levar adiante as
demandas e as importantes reivindicações dos municipários, para que nós
tenhamos qualidade no serviço público. Eu quero agradecer à Mesa Diretora,
porque várias articulações foram feitas pela Frente nesse processo, e a Frente
está levando à Mesa Diretora a busca dessa audiência tão necessária.
No ano passado, após meses de diálogo e construção
coletiva, que envolveu o Simpa, envolveu a Prefeitura, envolveu a Câmara
Municipal, foram aprovadas - o Raul já pouco resgatou isso aqui -, por
unanimidade desta Casa e sancionadas pelo Prefeito, a Lei Complementar nº 768 e
a Lei Ordinária nº 11.923, que corrigem o efeito cascata. Aqui tem que resgatar
a luta dos municipários e o papel também desta Casa. Não tem jeitinho nenhum!
Foi algo extremamente legítimo e conquistado com luta. No entanto, em dezembro,
houve uma decisão da 5ª Vara da Fazenda Pública que acolheu uma manifestação do
Ministério Público, que entendeu que essas leis contrariam a decisão da Corte
Judicial do Estado, mantendo o efeito cascata. Na decisão foi dado prazo,
inclusive, de 60 dias para a Prefeitura adequar os seus cálculos de acordo com
a decisão judicial. No dia 19 de janeiro, a Prefeitura entrou com Agravo de
Instrumento para tentar anular as decisões dadas pelo juiz de 1º grau. Agora os
juízes de 1º grau, de 1ª instância é que mandam em tudo! O Tribunal de Justiça
suspendeu os efeitos da decisão do juiz enquanto não julgar o recurso, que está
com o Desembargador Eduardo Uhlein. Para resolver essa situação, uma série de
medidas vem sendo tomadas pelos trabalhadores, através do seu sindicato, o
Simpa, pela Prefeitura e também pela Câmara, a fim de resolver o impasse e
fazer valer a legislação aprovada de maneira consensual, trabalhada de maneira
consensual entre as partes e que contou com parecer positivo da Procuradoria do
Município. Isso se refere também à Procuradoria da Casa, porque são os
servidores do Município de Porto Alegre e também os servidores desta Casa. Há
várias ações recentes da Frente Parlamentar que eu as denomino como o servidor
sempre diz: por muitos direitos a mais e nenhum direito a menos. É disso que se
trata, ninguém está pedindo nada. É nenhum direito a menos. Em fevereiro, a
Frente Parlamentar em Defesa do Servidor e do Serviço Público de que participam
todos os Vereadores, foi procurada pelos companheiros do Simpa, para construir
essas agendas de mobilização e de articulação políticas a fim de buscar uma
rápida resolução do impasse que foi criado sobre essas leis legítimas.
Trabalhamos junto com os demais Vereadores e foram viabilizadas uma reunião com
a Mesa Diretora da Casa e marcadas agendas públicas. Uma é esta agenda que está
se realizando hoje, e amanhã, e aproveito a tribuna da Câmara para divulgar,
amanhã, dia 22, às 19 horas, aqui neste plenário. É um espaço de discussão do
tema para pressionar as autoridades para a rápida resolução do impasse. Um
espaço solicitado, dirigido pelo Sindicato dos Municipários. Então, as pessoas
de Porto Alegre interessadas, porque o municipário com garantia de direitos é
serviço público de qualidade. Gestão sem servidor de qualidade, sem servidor
reconhecido no seu papel, é uma gestão que leva as políticas públicas. No dia
03 de março foi realizada uma reunião da Frente com os Vereadores da Mesa
Diretora, inclusive o Ver. Cassio Trogildo, que hoje é o nosso presidente,
junto com os representantes do Simpa, para se obter o apoio do Legislativo
Municipal para a manutenção da Lei. Ao final, a Mesa Diretora se comprometeu a
solicitar reunião com o Desembargador do Tribunal de Justiça, o Eduardo Uhlein,
para reafirmar o caráter corretivo da Lei. Isso tem de ser repetido: caráter corretivo.
Não dá para o poder exigir, nós corrigirmos com a luta dos municipários, e aí o
que nós corrigimos o outro Poder não leva em consideração. Tem que respeitar,
inclusive, a independência dos Poderes, e o papel de cada Poder. É nosso dever
fazer o que nós fizemos aqui, ainda mais em conjunto com os sindicatos. Nos
dias 08 e 10 de março, novas reuniões da Frente com a Mesa Diretora, inclusive
entregamos uma nota técnica sobre a legislação para subsidiar a Mesa Diretora,
uma nota técnica que vem de todos os trabalhos da Frente junto com os
municipários e com seu sindicato, o SIMPA. Hoje pela manhã, conversei com o
nosso Presidente, Ver. Cassio Trogildo, dialogamos mais uma vez pela
necessidade e urgência dessa audiência, que tem que ser realizada o mais rápido
possível, vai ser acompanhada, inclusive, pelo Procurador da Casa, pela Frente
Parlamentar, e a Mesa Diretora conduzirá. Tenho certeza, e já finalizo, que o
Vereador-Presidente nos dará a resposta dos encaminhamentos feitos pela Mesa
Diretora solicitando essa audiência, e se nós temos, Sr. Presidente, uma
resposta já positiva porque essa é uma urgência fundamental e estratégica para
que a Câmara como Poder constituído...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. JUSSARA
CONY: ...coloque seu posicionamento, o posicionamento de
um Poder Legislativo que trabalhou junto, tanto com o Sindicato quanto com a
Prefeitura Municipal. É neste sentido que saio desta tribuna, e tenho certeza
de que o dia de amanhã - chamo a atenção de todos os que possam estar nos
ouvindo, é importante -, às 19 horas, no plenário desta Câmara, esta luta para
a correção do efeito cascata e para anular uma solicitação que é indevida e é
um desrespeito aos municipários e aos Poderes constituídos.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O Sr. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente Cassio; nossa saudação ao Ver. Paulo Brum; ao Alexandre
e ao Raul, que estão conosco, e a todos os servidores públicos e servidoras
públicas que estão aqui na Câmara na tarde de hoje. Esta luta pela correção e
ajustamento da lei foi travada durante um período de tempo bastante grande,
que, como já foi dito, teve uma intensa participação do Simpa, da Câmara e do
Executivo, e se chegou a uma lei que alcança os interesses do Município de
Porto Alegre, porque, se não alcançasse, tenho certeza absoluta que nem a Mesa
da Câmara, nem a Prefeitura teriam encaminhado o projeto nesse sentido. Ela
alcança os interesses, a visão e a demanda dos servidores da Prefeitura. E
porque não, ela alcança a questão de assegurar uma lei justa para toda entidade
do serviço público, isso é bom para Porto Alegre também. E, mais uma vez, nós
vemos o Ministério Público botando o bico, com todo o respeito, onde ele não
foi chamado e de forma completamente fora de qualquer foco. (Palmas.) Eu sou
funcionário público há 41 anos, e todos sabem, e estou aqui, na Câmara, há
quase 30 e tenho lecionado finanças públicas pelo País inteiro. A competência
para determinar a remuneração dos seus servidores é do ente maior daquela
instituição; no caso, o Executivo, para os servidores do Executivo e o
Legislativo, no caso, a Mesa Diretora, para os servidores do Legislativo. A lei
está correta, só e tão somente só os Vereadores de Porto Alegre é que têm a
competência constitucional de dizer qual o parâmetro de remuneração dos
servidores públicos municipais. Está equivocada a posição do Ministério
Público, está bastante apropriada a movimentação de vocês, Câmara e Executivo,
estaremos juntos nesta luta. Aquele abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. KEVIN KRIEGER:
Uma boa-tarde, eu queria cumprimentar o Alexandre e o Raul e dizer, em
nome do Partido Progressista – Ver. Nedel, Ver.ª Mônica, Ver. Villela e este
Vereador –, à Mesa, ao Presidente Cassio, que pode contar conosco nesta luta.
Estaremos juntos, lado a lado com vocês; afinal, ajudamos a construir
coletivamente este projeto, tanto no Governo, quanto nesta Casa. Então, podem
contar conosco. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu também
cumprimento, em nome da Bancada do PT – Vereadores Engº
Comassetto, Adeli, Sgarbossa e esta Vereadora; cumprimento o Alexandre e o Raul,
Diretores do Simpa, meu Sindicato; o conjunto dos funcionários e funcionárias
aqui presentes, e quero dizer que é inaceitável essa opressão e essa violência
que fazem o Ministério Público e o Judiciário com os municipários; atacam a
carreira, que nem é o plano de carreira desejado e lutado pelos municipários e
municipárias, é um plano de cargos e salários, e quando trabalhamos para
resolver a suposta irregularidade apontada por eles, seguem perseguindo os
municipários. É duro perceber isso dias depois que o Prefeito, de novo, anuncia
a possibilidade de parcelamento de salário, mantém a sua política de
multiplicação de estruturas, de Secretarias, de CCs, de estagiários e de cargos
com altos salários, beneficiando poucos funcionários em detrimento do conjunto
da categoria. Então, essa é uma pauta estratégica, mas não pode ser, de novo,
um bode na sala. Nós estamos juntos, eu disse isso no ano passado, e neste caso
o Governo não tinha por que estar criando dor, angústia e incertezas na
categoria. Nesse tema, nós estamos juntos! Nesta data base nós queremos
primeiro ver cumprido tudo o que foi construído e prometido na data base
passada; para além da defesa do nosso plano de carreira, a publicação das
promoções é honrar o plano de carreira e é compromisso de março, e nós não
vamos aceitar esse cenário de terra arrasada para não honrar os compromissos
com o funcionalismo municipal. Brava luta para os companheiros e companheiras
do Sindicato e para os municipários e as municipárias!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Presidente Cassio, representantes do funcionalismo, em nome da Bancada
do PMDB – da Ver.ª Lourdes, do Ver. Mendes Ribeiro, do Ver. Dr. Raul e em meu
nome – quero dizer que nós, desde o primeiro dia, estivemos juntos com “nenhum
centavo a menos” e vamos continuar juntos com isso. Sinceramente, lamentamos
que o Ministério Público se preocupe com isso e não se preocupe com a PGM, que
ganha uma fortuna! Eu estive aqui na tribuna para reclamar disso, da
disparidade dos salários. Então, eu quero que o Ministério Público olhe também
para essas coisas completamente desligadas da grande maioria do funcionalismo
público municipal.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu quero cumprimentar o Alexandre, o Raul, o
conjunto dos nossos municipários e municipárias nas pessoas do Mário Fernando,
da Carmem Padilha e de tantos outros do Simpa, e também os agentes de
fiscalização, que estão nesta Casa se mobilizando em razão do Veto, que vai ser
votado mais tarde. Nós queremos, por um lado, cumprimentar o conjunto da Câmara
de Vereadores, que está mantendo, pelas intervenções que foram trazidas aqui,
um acordo que foi não só um acordo, mas um projeto de lei construído como uma
vitória da categoria dos municipários, que, durante sua greve, conquistou um projeto
de lei que nenhum centavo a menos seria perdido pelo conjunto dos nossos
trabalhadores. Inclusive, Raul, sob recomendação do próprio Ministério Público,
que disse que era para mexer no sistema de gratificações como forma de reparar
as consequências da Emenda Constitucional nº 19 ao conjunto dos trabalhadores.
A gente sabe da irresponsabilidade dos governos,
que passaram a não aumentar o salário básico, a não garantir um plano de
carreira e seguiram garantindo o aumento dos salários a partir das gratificações.
Ao mesmo tempo, uma luta valorosa da categoria, que teve esse desfecho de uma
conquista que precisa ser reivindicado pelo conjunto da Câmara de Vereadores
como instituição frente ao Judiciário, dizendo que não vai aceitar uma
ingerência num processo legislativo que é parte da acumulação do conjunto dos
trabalhadores e, ao mesmo tempo, que ajude nessa luta necessária para que os
trabalhadores não paguem a conta da crise com esse terrorismo que o Governo tem
feito de parcelamento do salário, um decreto publicado no dia 18 de março, que
congela concurso público quando nós precisamos valorizar o serviço público,
garantir direitos para enfrentar a crise, garantindo o direito dos
trabalhadores e atacando aqueles que precisam ser atacados, que são as elites
brasileiras e porto-alegrenses.
Então, eu quero cumprimentar a luta de vocês e
dizer que contem como Ver. Alex Fraga e com esta Vereadora para que a gente
possa garantir nenhum centavo a menos e, aliás, nenhum salário a menos frente
ao terrorismo de parcelamento que o Governo Fortunati tem feito.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Obrigado, Presidente; ao nosso querido Paulo Brum; Alexandre; Raul.
Acho que todos os colegas já falaram aqui. É uma pena que não estamos votando
para mostrar de que lado se está. O PSDB, em nome deste humilde Vereador, vai
estar sempre junto à luta pelo povo. A gente estará com vocês. Contem com este
Vereador, contem com o PSD!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Elizandro
Sabino está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
ELIZANDRO SABINO: Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero fazer uma
saudação à Mesa, ao Alexandre, ao Raul, ao Ver. Paulo Brum e à Vossa
Excelência. Em segundo lugar, quero destacar que o Luiz Afonso, nosso Diretor
Legislativo, mais apelidado como “37”, no dia de hoje, faz 37 anos de
funcionalismo público. Então nosso abraço e nossa homenagem ao Diretor Luiz
Afonso pela competência e pelo trabalho que tem desenvolvido em prol do nosso
Legislativo Municipal! Parabéns, Luiz Afonso! Em terceiro lugar, Sr.
Presidente, quero dizer que a pauta do sindicato, assim como a presença aqui
dos nossos funcionários municipais, especialmente dos fiscais, é extremamente
relevante. Obviamente, o PTB, que é um partido trabalhista, está sempre ao lado
daqueles que têm trabalhado em prol da nossa Cidade. Hoje, especialmente, contamos
com a presença maciça dos fiscais da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Em meu nome, em nome do Ver. Paulo Brum e dos
demais Vereadores que compõem o PTB, quero dizer que estamos juntos nessa
caminhada e na tarde deste dia. Podem contar conosco na caminhada e na luta de
vocês! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Boa tarde, Sr.
Presidente; Ver. Paulo Brum; Raul; Alexandre; servidores municipais que aqui se
encontram, fiscais. Primeiro, quero pedir a vocês que liguem para os Vereadores
que ainda não estão presentes, porque hoje precisamos de quórum aqui na Casa –
precisamos de 19 votos para derrubar o veto! Então, por favor, liguem para os
Vereadores – se precisarem, temos os seus números – para que todos estejam aqui
hoje. Quero dizer que, mais do que nunca, será necessária a mobilização dos
servidores, porque a gente conhece muito bem essa choradeira. Nos momentos de
crise, os empresários, assim como os patrões, sempre usam a desculpa dos
trabalhadores: os trabalhadores que oneram, os trabalhadores que geralmente são
o custo mais elevado.
O Secretário esteve
aqui na quinta-feira, quando respondeu algumas perguntas; mas uma, até agora,
não me respondeu: qual é o valor de correção dos contratos terceirizados em
Porto Alegre? Qual é o valor? Qual é o índice que corrige os contratos
terceirizados de podas, de limpeza, de todas as empresas terceirizadas? Para os
servidores é parcelado, como foi o ano passado; e neste ano já está a
choradeira de que não terão dinheiro para pagar os salários dos servidores, que
será parcelado, que terá turno único, e provavelmente, não vão sequer dar a
inflação parcelada. E os contratos terceirizados? Qual é o índice de reajuste
desses contratos? Com certeza, deve ser a inflação integral; com certeza, deve
ser numa vez só. Então eu acho que deve ser nas condições iguais, os contratos
terceirizados, que muitas vezes é uma caixa de pandora, que ninguém sabe.
Então, eu quero prestar a solidariedade do nosso partido, vamos estar juntos, o
nosso partido e a força sindical juntos com os servidores municipais para o que
der e vier na campanha salarial.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Agradecemos a presença do Sr. Alexandre Dias Abreu, Diretor de Formação
Sindical, e do Sr. Raul Giacobone, Diretor Financeiro do Simpa. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h53min.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 14h55min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Paulo Brum
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Ver.
Cassio Trogildo; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, hoje é uma data muito especial
para nós que lutamos pela inclusão das pessoas com deficiência. Hoje, 21 de
março, é o Dia Nacional e Internacional da Síndrome de Down. Uma saudação às
mães de filhos especiais, com síndrome, uma saudação a todas as pessoas
especiais com Síndrome de Down e uma saudação muito especial, Sr. Presidente, à
amiga Simone Goulart, que é presidente da Amandir, uma saudação também às mães da Amandir - Associação de Mães e
Amigos do Movimento Direitos Iguais -, e um abraço muito carinhoso na Dudinha,
essa menina linda que nos visita. Quero dar um beijo no coração de todas as
crianças com Síndrome de Down do nosso País, e dizer às mães que o amor não
conta os cromossomos.
Dia 21 de março ou
3-21, como é na grafia americana, faz referência aos três cromossomos nº 21 que
caracterizam essa ocorrência genética. A Síndrome de Down é causada pela
presença de três cromossomos nº 21 em todas ou na maior parte das células de um
individuo. Isso ocorre na hora da concepção. As pessoas com Síndrome de Down,
ou Trissomia do Cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46,
como é na maior parte da população. A geneticista Stylianos E. Antonarakis, da
Universidade de Genebra, foi quem
deu a ideia de unir os dados da síndrome para chegar à data da celebração. Em
2012, por iniciativa do Brasil, a celebração entrou para o calendário oficial
da ONU. As crianças, os jovens e os adultos com Síndrome de Down podem ter
algumas características semelhantes e estarem sujeitos a uma maior incidência
da doença, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas.
O que a população ainda desconhece é que essas pessoas têm muito mais em comum
com o resto da população do que diferenças. Elas são capazes de sentir, de
amar, aprender, divertir-se, trabalhar, ler, escrever e tantas coisas mais.
Devem ir à escola como qualquer outra criança e levar uma vida autônoma. Em
resumo, elas podem ocupar um lugar próprio e digno na sociedade. É importante
esclarecer que o comportamento dos pais não causa a Síndrome de Down, não há
nada que eles poderiam ter feito de diferente para evitá-la, não é culpa de
ninguém. Além disso, a Síndrome de Down não é uma doença, mas uma condição da
pessoa associada a algumas questões para as quais os pais devem estar atentos
desde o nascimento da criança. A Síndrome de Down é a ocorrência genética mais
comum que existe, acontecendo em cerca de 1 a cada 700 nascimentos,
independentemente de raça, país, religião, ou condição econômica da família.
Sr. Presidente, eu sei que hoje nós vamos apreciar
dois Vetos do Executivo. Se, por ventura houver tempo, há um projeto de lei de
minha autoria que institui o dia municipal da Síndrome de Down. Portanto, na
hora oportuna eu farei um requerimento a V. Exa., e se assim os nobres pares
concordarem, nós poderemos votar, ainda na data de hoje, como o Dia Municipal
da Síndrome de Down, para que o Município também se engaje e permaneça engajado
nessa luta na busca da inclusão social das pessoas com deficiência.
A contracapa do jornal Zero Hora, na data de hoje,
mostra-nos um fato que ocorreu no sábado à noite no Município
de Carlos Barbosa. Uma jovem com síndrome de Down a “Paloma Lopes Deitos, 18
anos, não se tornou a Senhorita Festiqueijo, mas monopolizou as atenções
durante o principal concurso de Carlos Barbosa. A menina com síndrome de Down
emocionou a plateia ao realizar o sonho de desfilar e foi a homenageada da
noite.” Ela sintetiza com uma frase o que ela é (Lê): “Tenho orgulho de ser eu
mesma e estar aqui hoje.” É um orgulho para a mãe e para aqueles que lutam e
que buscam fazer o sonho da inclusão social. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Rodrigo Maroni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Presidente
Cassio Trogildo; boa tarde, demais Vereadores e Vereadoras, público que aqui
nos assiste, colegas funcionários da Câmara, público que nos assiste em casa,
representantes do Sindicato dos Municipários, representantes das mais diversas
entidades; quero dizer que eu tenho batido muito na tecla da importância da
gente construir um hospital veterinário público. Foi tema de debate aqui, no
ano passado, a liberação da área onde ele seria construído. Muitas vezes, as
pessoas que não atuam na causa animal não se dão conta da importância desse
debate para quem se preocupa com os animais da Cidade e do Interior. Eu costumo
dizer para aqueles que lutam por salário, e aqui eu quero fazer um convite absolutamente
honesto e de coração para vocês que estão presentes aqui. Eu tive pais
funcionários públicos; meu pai trabalhou por quarenta anos no Banrisul; minha
mãe foi funcionária pública federal, trabalhou no IBGE; hoje ambos aposentados.
E na minha época de infância, quando comecei meu ativismo político, acompanhei
ambos ficarem quase vinte anos sob o arrocho salarial. O que vocês trazem para
discutir aqui na Câmara, eu vivi na minha época de adolescente. Eu comecei a
militar de 12 para 13 anos de idade, motivado pela luta salarial dos meus pais,
pelo arrocho salarial que houve no final das décadas de 80, 90 e entrando no
ano 2000. Talvez muitos de vocês lembrem dessa situação: ia-se comprar um
refrigerante na sexta-feira por R$ 2,00 e na segunda-feira já era R$ 4,00. Foi
um período de queda de qualidade, com o pagamento difícil de colégio, de
aluguel. E às pessoas que fazem essa luta, que têm coração, convido, de forma
honesta, a discutirem com seus filhos, com seus colegas, nos seus locais de
trabalho, a importância de se ter sensibilidade com os animais. Porque se para
nós, seres humanos, falta sensibilidade - e vocês são a prova disso -, porque
para vocês tudo é muito difícil, tem de ser batalhado, têm que vir com faixa,
discutir, falar de porta em porta de Vereador, lutar no sindicato, falar com o
Prefeito. Posso assegurar para vocês - e se alguém tiver dúvida, convido a me
acompanhar - que os animais não têm nada, e muitas vezes nem quem lute por
eles. Nesse final de semana - a exemplo de todos os finais de semana da minha
vida, Natal, Ano-Novo, madrugadas -, estive resgatando um animal, na
sexta-feira de madrugada, quase 4 horas da manhã, que estava há 15 horas
atropelado. Imaginem nós, se passarmos um prego na mão, como dói; se passarmos
um vidro na mão, como dói. Pois esse animal estava esfacelado, o braço dele estava
praticamente na pele, isso lá na Restinga, às 3h da manhã, quando cheguei. E eu
pergunto: como uma pessoa popular, uma pessoa que muitas vezes não tem o que
comer ou dificuldades na sua própria vida, vai pagar para um animal ser
atendido o valor de R$ 2 mil ou R$ 3 mil? E aquele animal estava lá há 12
horas! Ontem de noite – estou até sem voz, porque eu peguei chuva –, a mesma
coisa: o animal praticamente sem o tampão da cabeça, na parada 40, em Viamão –
e aí as pessoas dizem que eu sou Vereador de Porto Alegre; eu fui lá resgatar
aquele animal e depois outro na Hípica, na Cavalhada, completamente – olhem no
Facebook – sem o tampão da cabeça, era só bicheira e bichos por toda cabeça, e
ele perdeu um olho e a orelha. Por quê?...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. RODRIGO MARONI: ...Para concluir,
gente, eu acho fundamental que toda pessoa que luta por si, pelas suas coisas,
que tem dificuldade mas entende, deveria se colocar no olhar de um animal, se
colocar na pele de não quem pode falar da sua dor e não pode pedir ajuda. Hoje,
deveria ser uma obrigação os pais ensinarem os filhos a lutar pelos animais,
porque não tem hospital público veterinário. Vocês imaginem que, só para
internar esses dois animais, e eu interno quase que 400, 500 por mês, foi em
torno de R$ 2 mil. Vocês imaginem o custo para isso, e hoje não tem um hospital
que funcione 24 horas! Se um animal for atropelado, for estuprado, como muitos
são, for assassinado ou ficar naquela condição, como aquele que estava amarrado
para morrer, ele vai morrer, porque não vai ter ninguém para atender, agente
público. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. DR. THIAGO: Presidente, junto com
o Ver. Pujol, eu quero lhe comunicar que, a partir desta data, passo a integrar
a Bancada do Democratas.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Perfeitamente.
O Ver. Tarciso Flecha
Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa tarde,
Presidente, Vereadoras, Vereadores, todos que nos assistem. Quero dizer aqui, pela Vossa
fala, Paulo Brum, que me deixou muito sensibilizado, porque já tinha ouvido uma
fala do nosso grande ídolo, Romário, sobre essa deficiência. Fico sensibilizado
porque todos nós, neste mundo pelo menos, deveríamos ser iguais; às vezes não
somos, mas deveríamos! No dia 21 de março comemoramos o Dia Internacional de
Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Esta data foi criada porque,
neste dia, em 1960, na África do Sul, cerca de 20 pessoas protestavam contra a
chamada Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que
continha os locais onde era permitida a sua circulação. Mesmo se tratando de
uma manifestação pacífica, a polícia abriu fogo contra a multidão desarmada,
provocando a morte de 69 pessoas, deixando 186 feridos.
Até hoje o Brasil continua registrando episódios, o
que reforça a necessidade de ampliar a discussão sobre o racismo! Uma das
bandeiras que defendo é a educação; só acredito na educação - somente a
educação pode mudar o mundo -, é nisso que acredito. É preciso que as escolas
incluam a cultura do africano, do afro-brasileiro na história nos currículos
escolares; que as crianças conheçam verdadeiramente a história do negro, conheçam
grandes líderes, com João Cândido, líder da Revolta da Chibata; como Zumbi,
líder do Quilombo dos Palmares, símbolo da resistência negra contra escravidão;
como Nelson Mandela; como Dandara, entre outros! Eu venho nesta luta desde meu
começo no futebol; era pior, gente, o racismo era pior! Oxalá, não digo a vocês
que terminou, ainda existe racismo, ainda existe preconceito. Então essa é a
minha luta: colocar o museu do negro na Capital, onde temos mais de 45% de
afrodescendentes, para mostrar a história linda e rica dos negros aqui, no Rio
Grande do Sul. Mas estou lutando, porque eu acho que quem busca, luta com amor,
com garra, com dedicação, só pode alcançar o sucesso. Essa sempre foi a minha
luta em tudo que fiz em minha vida, assim como no futebol. Temos que mostrar
para os alunos a verdadeira formação social da população brasileira. A
desconstrução do racismo passa pelos bancos escolares, na medida em que a
escola adotar uma política que, de fato, apresente uma nova compreensão desse
povo na formação da sociedade, ao, sim, conseguiremos destruir – eu falo
destruir! – o racismo. Eu acredito que a luta contra o racismo precisa ser uma
bandeira defendida por toda a sociedade e não apenas pela população negra.
Gostaria muito de que algum dia toda a sociedade brasileira entrasse nessa luta
contra o racismo, só assim poderemos acabar com a discriminação racial neste
País. Só assim, no dia de hoje, a gente estaria aqui comemorando o dia que foi
lá trás, o dia de luta que nós conquistamos o direito de todos os seres humanos
que habitam este planeta chamado Terra. Nós fazemos parte dessa grande massa,
assim como os índios, assim como os brancos, assim como todos nós fazemos parte
desta grande multidão. Oxalá, que eu possa ver esse dia chegar! Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João
Carlos Nedel, na condição de Líder da Bancada do PP e nos termos do art. 218, §
6º do Regimento, solicita Licença para Tratamento de Saúde para o Ver.
Guilherme Socias Villela no período de 21 a 23 de março de 2016.
Passamos ao
O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje vemos essas galerias lotadas de servidores municipais,
principalmente os auditores fiscais. No decorrer da votação do projeto, nós
vimos aqui nesta Casa a importância dessa função em todas as áreas do
Município, e construímos um projeto junto com a base do Governo, e, como outros
projetos que analisamos na semana passada, vimos o Governo vetá-los. O Governo
vetou, semana passada, projetos importantes, um até de minha autoria, que cria
uma agência reguladora de serviços prestados. O Governo alega que não caberia a
nós, Vereadores, fazermos esses projetos, por isso vetados. Nós o fizemos em
construção com o Governo. Cabe a nós o que fazer? O que a imprensa critica? O
que o povo critica? Colocar nome em rua? Dizer se a população pode ou não usar
sal ou açúcar? O que cabe a nós fazer? Cabe a nós legislar sobre as contas da
Cidade, sobre o poder que os fiscais desta Cidade têm ou não; cabe a nós dizer
se a Cidade terceiriza o seu serviço de fiscalização ou não; cabe a nós isso
sim. Cabe a nós saber onde é empregado o dinheiro da população de Porto Alegre,
como é empregado o dinheiro do povo do Rio Grande do Sul, como é empregado o
dinheiro do povo brasileiro, isso cabe a nós, Legisladores, saber; cabe a nós,
Legisladores, cobrar. O que não cabe é vermos os executivos, em todas as
instâncias, usarem o dinheiro público como se fosse seu; usarem o dinheiro do
povo como se nada tivessem que esclarecer ao povo, como se fosse um dinheiro
privado, como se tivessem pegado o dinheiro da família, pegado suas economias e
tivessem aberto um grande negócio de risco e estivessem administrando esse
negócio. Só que esse negócio que o Executivo administra é
nosso. Nesse negócio que o Executivo administra, nós trabalhamos até o dia 1º
de junho para pagar impostos. Nós somos os donos desse negócio, somos os
grandes patrões desse negócio, os grandes financiadores desse negócio. Então,
cabe ao Executivo, em todas as instâncias, dar satisfação, sim, aos grandes
sócios desse negócio, que somos nós. Cabe ao Executivo, seja ele municipal,
estadual ou federal, prestar contas aos grandes sócios, que somos nós, dizer
para onde está indo nosso dinheiro. E, para isso, precisamos que o nosso
representante nessa parte, que é o servidor público, seja bem remunerado. Nós
precisamos que nessa parte o servidor público seja bem pago. Nós precisamos que
nessa parte tenha uma fiscalização autônoma, capacitada, comprometida com quem
é o seu patrão, que é o servidor público, que é o agente pagador.
Por que vetar um
projeto desses? Por que vetar uma agência reguladora? Por quê? Para logo lá na
frente se ver o que está acontecendo, por exemplo, na Lava Jato? Se houvesse
pessoas fiscalizando bem o patrimônio da Petrobras, se houvesse bastante
servidores exercendo cargos na Petrobras, talvez não tivesse tanta lambança lá.
Mas o que se viu foram agentes colocados no local de servidores. O que se vê
são pessoas embutidas para fazer o trabalho de servidores. Porque o servidor
tem um compromisso com seu local de trabalho. Agora se vê o Município de Porto
Alegre dizer que vai fazer condicionamento de horários, da folha de pagamento.
Já fez o parcelamento do dissídio no ano passado, diz que este ano vai parcelar
o salário dos servidores, mas e o que foi feito antes? Nós participamos aqui da
CPI da Procempa, junto com o Ver. Mauro Pinheiro, e o que se viu foi compra de
roupões, de guarda-sol, compra de uma série de coisas. Em outras CPIs aqui, o
que se viu do dinheiro público indo para áreas que não têm nada a ver não
condiz com o setor público, não condiz com o erário público, não condiz com a
parte pública! E aí agora se diz que tem que congelar os concursos públicos, que não
pode mais chamar servidor público. Isso começou lá na União, que congelou todos
os concursos públicos, em todas as esferas. Então, lá na União, ninguém pode
ficar doente, não pode contratar ninguém para a área de segurança, não pode
contratar para a fiscalização, não pode contratar ninguém para nada. Aí desce
para o Governo do Estado, que já vem parcelando o salário dos servidores da
educação, dos servidores da área de segurança, e também diz que não pode
contratar ninguém. Há um déficit da Brigada Militar monstruoso, há um déficit
na Polícia Civil estrondoso, um déficit na área da saúde, e diz que não pode
contratar ninguém. E agora isso chegou ao Município, quando, na sexta-feira, a
Prefeitura disse que não pode contratar ninguém. E como ficam os nossos postos
de saúde? Como fica a nossa Guarda Municipal? Como ficam as nossas escolas e
creches do Município? Como fica a nossa estrutura de arrecadação? Como fica a
fiscalização do Município, que tem que fiscalizar bares, restaurantes, os
postos, tem que fiscalizar tudo? Como fica isso?! Como fica?!
O Ver. Idenir Cecchim lembrou muito bem: esta Casa
aprovou dois reajustes para duas categorias muito bem remuneradas no Município
– aí tinha dinheiro. E nós questionamos na hora do reajuste. Questionamos, e
eles nos disseram que tinham que cuidar de quem arrecadava. Se tinham que
cuidar de quem arrecadava, por que não se arrecadou tanto? Por que não apareceu
esse dinheiro? Onde está este dinheiro? Cobramos do Governo do Estado por que
não cobrava os impostos que tinha e tem, os débitos de ICMS, os débitos de
IPVA. Por que o Município não cobra seus impostos de ISSQN? Por que o Município
não cobra seus impostos de IPTU antes de arrochar os servidores? Antes de fazer
parcelamento de salários de servidores, por que não vai atrás dos credores? É mais fácil tirar dos servidores, é mais fácil beneficiar quem ganha
muito e tirar de quem ganha pouco. Isso nós não vamos admitir aqui nesta Casa,
não vamos admitir mesmo. Vamos estar junto com os servidores, lado a lado dos
servidores. Primeiro vamos cobrar de quem deve para o Município – e é muita
gente. Primeiro vamos cobrar de quem deve ISSQN, IPTU, porque semanalmente
chegam aqui áreas nobres do Município para serem vendidas. Então vamos começar
a ver para onde vai o dinheiro dessas áreas que chegam para ser vendidas no
Município.
Portanto, eu acho que
temos muito a fazer aqui em Porto Alegre para não vermos a Cidade virar o que
virou o Estado do Rio Grande do Sul. E, principalmente, o que foi perguntado
para o Secretário, na quinta-feira: abrir esses contratos da Prefeitura de
Porto Alegre para não sermos pegos de surpresa como está ocorrendo nas questões
da Lava Jato, dos Correios, do que está acontecendo em Brasília, para que isso
não aconteça na Prefeitura de Porto Alegre. A transparência tem que ser, de
fato, exercida na nossa Cidade. É isso o que a gente espera que aconteça, não
cobrando tudo dos servidores municipais. Quando fazem o turno único, quem vai
sofrer com isso é a população de Porto Alegre. A limpeza urbana vai ter um
turno único? A saúde de Porto Alegre não recebe a insalubridade que tem que ter
receber, porque esta Casa aprovou as horas extras dos postos de saúde, nas
UPAs, mas eles não recebem. Vão receber? O Secretário que disse que a receita
da saúde não será mexida. Nós temos dúvida sobre isso porque até hoje os
funcionários da área da Saúde não recebem a insalubridade devida, não recebem o
risco de vida e, muito menos, as horas extras. Então, eu acho que a lição de
casa tem que ser feita. A população de Porto Alegre não pode ficar refém de um
orçamento ilusório, feito em cima do achaque, do arrocho do servidor municipal,
das pessoas que trabalham para o Município de Porto Alegre, que são os patrões
da Prefeitura de Porto Alegre, que são os contribuintes da cidade de Porto
Alegre.
O Sr. Dr. Thiago: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clàudio Janta, eu queria aqui referendar
e apoiar o seu pronunciamento, tanto nas questões que se referem aos fiscais,
que aqui estão presentes, de se honrar a palavra empenhada no final do ano
passado quanto naquilo que se refere à saúde, que V. Exa. sabe tão bem quanto
eu o que tem ocorrido nos prontos atendimentos e emergências de Porto Alegre. Infelizmente,
estamos transformando, em Porto Alegre, doenças curáveis em incuráveis.
Parabéns pelo seu pronunciamento. Quero aqui, em público, ratificar o que V.
Exa. menciona.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Obrigado, Dr.
Thiago. Eu quero dizer aos servidores, principalmente aos fiscais que estão
aqui, que fui o relator deste veto, e o meu relatório na CCJ foi pela derrubada
do veto, Esse veto é um absurdo! Este veto que a Prefeitura fez não condiz com
a realidade do Município. Tu não podes ter um fiscal atendendo áreas do
Município sem ser qualificado para atender essas áreas. Se a Prefeitura quer
prestar um bom serviço para a população de Porto Alegre, ela tem que ter
fiscais qualificados para isso, e, se ela quer fiscais qualificados para isso,
ela que contrate pessoas qualificadas. Não que os fiscais não o sejam. Olhem
bem o que estou falando, mas ela tem que elevar o quadro da fiscalização de
Porto Alegre, tem que permitir que as pessoas estudem, que as pessoas almejem
melhorar, que as pessoas almejem se qualificar, e isso só pode acontecer se as
pessoas tiverem um plano de carreira, um plano de cargos e salários. E é isso
que os fiscais querem. Quem trabalha na área da saúde tem que ter o
conhecimento da saúde; quem trabalha na área de transporte tem que ter o conhecimento
de transporte. Isso é assim desde que o mundo é mundo. Tu não vais botar um
pedreiro para fiscalizar a saúde; tu não vais botar um eletricista para
fiscalizar a área de meio ambiente. É isso que os auditores fiscais querem, é
isso que os fiscais querem na fiscalização, e é isso o que o nosso relatório
contra o veto entendeu. E o projeto entendia isso. Por isso fomos favoráveis ao
projeto, contra o veto e achamos que a cidade de Porto Alegre tem que trabalhar
para os seus patrões, para os seus contribuintes, para as pessoas que
contribuem diariamente para esta Cidade. E esta Cidade não pode ficar de costas
para as pessoas; esta Cidade tem que ficar de frente, tem que ficar de braços
abertos para as pessoas que contribuem para a cidade de Porto Alegre, para as
pessoas que moram nesta Cidade e querem que realmente esta Cidade seja alegre
para se viver e que seus funcionários esbanjem alegria para o povo que aqui
mora. Muito obrigado, Sr. Presidente. Obrigado a todos que aqui se encontram.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Delegado Cleiton está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.
A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo; agradeço aos Vereadores do PT do
PCdoB e do PSOL, que estão todos aqui no plenário buscando garantir quórum para
a Ordem do Dia para, finalmente, dar uma resposta concerta, real e que honre os
compromissos assumidos nesta Casa com vocês, com os fiscais da Prefeitura de
Porto Alegre. (Manifestações das galerias.) A oposição está aqui sempre! Quando
somos contra, quando somos a favor, estamos aqui brigando. É óbvio que vocês já
notaram a manobra de, mais uma vez, retirar o quórum para não resolver e não
honrar o compromisso com vocês.
E eu falo, em nome da oposição, exatamente no tema
municipal. Acho que o Ver. Janta trouxe vários elementos que nós não
conseguimos aceitar e vamos denunciar de forma muito intensa. No ano passado a
Prefeitura parece que vivia no céu, vivia na festa, nas farras e com sobra,
porque não é possível, no início do ano, comprometer as finanças municipais com
R$ 14 milhões, R$ 17 milhões no ano seguinte, com um grupo apenas de
funcionários da Fazenda do Município de Porto Alegre, não ouvindo o apelo do
conjunto dos funcionários aqui presentes nesta Casa. E terminou o ano também
achando que podia gastar bastante dinheiro com um conjunto de procuradores da
cidade de Porto Alegre. Não aceitou sequer – falo aqui para os colegas
municipários – uma emenda de autoria do Ver. Idenir Cecchim, da base do
Governo, porque nós tínhamos feito uma outra que daria o mesmo sentido, onde
fazia valer o teto. Nós achamos que é republicano, que é ético ter um teto salarial,
ter o teto do Prefeito para que a nossa matriz salarial seja mais horizontal,
para que todos os funcionários sejam valorizados, para que haja qualidade nos
seus salários, nos seus proventos, para que todos os servidores exerçam um bom
trabalho. E a reivindicação de vocês está nessa conta, quer dizer, ter ensino
superior para fazer a fiscalização. E vocês devem estar pensando: “Nós vamos
ter que ouvir tudo de novo...” É que nós estamos aqui valorizando este espaço,
que é do plenário, e a presença de vocês.
Nós temos visto na cidade de Porto Alegre uma perda
absoluta de qualidade e intervenção na Cidade. A cidade está feia, horrorosa!
Tem gente que chega para visitar e nos diz: “Nossa, o que é a colcha de
retalhos, as calçadas, os calçamentos nas ruas da cidade!” Porque não tem mais
integração de serviço, não tem uma fiscalização adequada, competente, e a
exacerbação da terceirização está acabando com a qualidade dos serviços, com a
eficiência e com a estética da cidade de Porto Alegre. A cidade de Porto Alegre
está ficando feia por não investir nos funcionários públicos municipais; está
ficando feia por não investir no funcionalismo municipal. E aí, Vereadores –
Fernanda, Alex, Adeli, Sgarbossa e Jussara, porque falo em nome de vocês todos
da oposição –, o decreto do Prefeito não fala que vai reduzir as mais de 30
secretarias e departamentos, microssecretarias e departamentos adjuntos.
E só na Secretaria de Diretos Humanos há cinco
salários de secretários adjuntos, tem salário de secretário adjunto que é maior
do que secretário na Prefeitura de Porto Alegre, que foram sendo abonados ao
longo do tempo. Não fala que vai reduzir secretarias – secretarias que são só
cabides de empregos –, que vai reduzir CCs. Olha onde eles pegam: não tem mais
concurso público, não tem mais aumento do quadro de pessoal. O drama que nós
temos nas escolas e nos postos de saúde, trabalhando sem guarda municipal, a
Prefeitura não está nem aí! Abaixo de tiro, abaixo de pressão e de violência! E
vai mais! Estão proibidos os afastamentos de servidores para estudar, para
fazer mestrado, para fazer doutorado, para fazer especialização. Não pode ser
cedido para trabalhar. Já estão tirando os direitos que buscam qualificar os
trabalhadores, coisa que está no nosso plano, que é só de cargos e salários,
que ainda não é de carreira. Então, quando o cinto aperta, não é nas benesses,
nas estruturas meio criadas apenas para apaziguamento político e para
incompetência de gestão... Por que uma Secretaria de Acessibilidade, Ver. Paulo
Brum, se nós temos que fazer acessibilidade em todas as secretarias? Por que
uma Secretaria da Juventude, se nós temos que trabalhar com o tema da
juventude...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...E concluo, a juventude é política de cultura, de educação, é política
de economia, de trabalho, etc. Por que uma Secretaria de Trabalho separada da
Indústria e Comércio? Poderia citar inúmeras secretarias que foram sendo desdobradas,
criadas. Então é aí que tem que ser enxugado e não na penalização dos
municipários, na sua carreira, no seu direito de estudar e na sua valorização
funcional. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
também tinha me inscrito, muito preocupada com a Ordem do Dia, para que
possamos começar tratando do projeto dos agentes de fiscalização e para que
possamos começar tratando de derrubar o veto do Governo. Inscrevi-me antes que
a base retornasse ao plenário. Agora que o Ver. Kevin Krieger, Líder do
Governo, retornou ao plenário, e outros Vereadores também retornaram, pretendo
ser breve para ouvir qual será a posição política do Governo com relação a esta
emenda que foi construída de forma unânime com o conjunto dos Vereadores da
Câmara Municipal, mas, sobretudo, com o conjunto dos agentes de fiscalização.
Nós estamos entrando na semana de aniversário da nossa Capital, 244 anos de
Porto Alegre, Cidade que é amada por todos e todas, mas que ao mesmo tempo tem
sofrido com o processo de sucateamento dos serviços públicos, com o processo de
má gestão, com um processo de segregação especial que empurra a população mais
pobre para regiões mais longínquas da Cidade. Processo que tem feito com que os
interesses privados, lamentavelmente, dominem a lógica implementada pelo
Governo Municipal no que diz respeito ao que deveria estar no posto de comando,
o interesse público. É o caso das tarifas de ônibus, que nós já debatemos aqui,
nesta tribuna, muitas vezes, mas que mostra a concessão de um serviço para as
empresas de transporte coletivo, que ficaram anos sem fiscalização, tendo
lucros indecentes e ilegais, conforme auditoria do Tribunal de Contas do
Estado, e que só foram atingidas por ações liminares da nossa Bancada do PSOL,
das nossas lideranças, num conjunto com as mobilizações da juventude diante dos
abusos perpetrados contra a população de Porto Alegre. É o caso, por exemplo,
da malversação dos recursos públicos, quando a gente fala da terceirização dos
serviços, que lamentavelmente é a porta aberta da corrupção.
Foi na terceirização da saúde que mais de R$ 20
milhões foram roubados da saúde pública municipal pela Sollus, e o Conselho
Municipal de Saúde se pronunciou contra, a cidadania denunciou, e até hoje
nenhum centavo voltou para os cofres públicos. Foi a partir da terceirização do
SIAT que o Tribunal de Contas do Estado sustou o envio de mais de R$ 6 milhões
para essa empresa que estava sendo investigada, mas que, ao não usar o
funcionalismo público, os técnicos da Procempa, mais de R$ 300 milhões Porto
Alegre deixou de arrecadar; R$ 300 milhões que dariam para construir 240
creches no Município de Porto Alegre, o dobro que tem hoje para garantir vagas
para crianças de zero a seis anos.
É por isso
que, neste momento, temos que repudiar profundamente a má gestão, a política do
cabide de empregos, a política do toma-lá-dá-cá, a política que não ataca a
questão dos penduricalhos dos CCs, que gastam mais de R$ 100 milhões dos cofres
públicos por ano, e que ao mesmo tempo faz terrorismo com os municipários
dizendo que vai parcelar salários, que ao mesmo tempo publica esses decreto
absurdo que congela recursos para os nossos concursos, que congela a
possibilidade de melhorar o atendimento da população. E que ao mesmo tempo –
concluo para que a gente possa fazer o debate do projeto de vocês, nossos
amigos e amigas, agentes de fiscalização que trabalham na ponta – veta um
projeto que não tem impacto financeiro nenhum, mas que vai qualificar a
carreira, que responde aos anseios de uma categoria valorosa, que na verdade
cumpre os requisitos da valorização e da capacitação que vocês nos trouxeram na
Câmara Municipal, e que ao mesmo tempo foi construído e votado por unanimidade.
Então, além do ataque ao direito dos trabalhadores,
sem cortar os penduricalhos dos CCs, sem quem cortar os privilégios, sem
reduzir as diárias dos secretários, sem reduzir salários, porque não, do
conjunto dos secretários e até dos Vereadores da Câmara Municipal. Esse mesmo
Governo veta medidas democráticas. Então, nós queremos fazer o debate da
derrubada do veto do Prefeito Fortunati e do Vice-Prefeito Sebastião Melo, para
que no mínimo a palavra se cumpra, construída com o conjunto da categoria. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 15h45min): Havendo
quórum, passamos à
O SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da
ordem da priorização de votação para que possamos, imediatamente, passar à
discussão e votação do PLCE nº 002/15, com Veto Parcial. Após retornaremos à
ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Kevin
Krieger. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 0427/15 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/15, que estabelece normas gerais para o
processo administrativo no âmbito da Administração Municipal Direta e da
Administração Municipal Indireta e normas especiais para a constituição de
dívida não tributária no Município de Porto Alegre; altera o caput e seus incs. I a IV, renomeia o
parágrafo único para § 1º, alterando-se sua redação atual, inclui incs. V e VI
no caput e §§ 1º e 2º no art. 224 e revoga
os arts. 226 e 227 da Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e
alterações posteriores; altera os incs. V e IX do caput do art. 168, inclui parágrafo único no art. 168 e revoga o
inc. VIII do caput do art. 168 e os
arts. 173, 182 a 194 e 197 da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de
1996, e alterações posteriores; altera o caput,
renomeia o parágrafo único para § 2º, alterando-se sua redação atual, inclui §
1º no art. 45 e revoga os arts. 50 e 51 da Lei Complementar nº 728, de 8 de janeiro
de 2014, e alterações posteriores; altera o requisito instrução formal do item
recrutamento para o provimento do cargo de Agente de Fiscalização, constante na
letra b – Especificações de Classe – do Anexo I das Leis nºs 6.309, de 28 de
dezembro de 1988, e alterações posteriores, e 6.310, de 28 de dezembro de 1988,
e alterações posteriores, e do Anexo II da Lei nº 6.253, de 11 de novembro de
1988, e alterações posteriores; revoga os arts. 5º a 16 da Lei Complementar nº
12, de 7 de janeiro de 1975; revoga os arts. 310, 311 e 312 e o § 1º e seus
incs. I a III do art. 313 da Lei Complementar nº 420, de 25 de agosto de 1998;
e revoga a Lei nº 9.142, de 6 de junho de 2003.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Clàudio Janta: pela rejeição
do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CUTHAB. Relator Ver. Delegado Cleiton: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Dr. Thiago: pela
rejeição do Veto Parcial.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 15-03-16 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): Em discussão o PLCE nº
002/15, com Veto Parcial. (Pausa). O Ver. Kevin Krieger
está com a palavra para discutir o PLCE
nº 002/15, com Veto Parcial.
O SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde, eu queria cumprimentar o Presidente
desta Casa, Ver. Cassio Trogildo, Vereadores e Vereadoras, todos os servidores
públicos que acompanham esta nossa Sessão. Queria também cumprimentar todas
as lideranças dos agentes de fiscalização do Município de Porto Alegre, e
rapidamente fazer um relato do que foi feito desde o ano passado. Nós tivemos
uma votação, nesta Casa, em que tivemos a aprovação da Emenda nº 05 e da
Subemenda, discutimos, debatemos, trocamos ideias, muitas das emendas que os
agentes de fiscalização gostariam de ter colocado não entraram numa negociação,
e entraram esta Emenda e esta Subemenda. Entre o final do ano passado e o
começo deste, nós tivemos um veto parcial em relação ao artigo 100, que
referencia a Emenda nº 05 e a Subemenda.
Não foram poucos os dias de articulação, Roman!
Quero aqui citar o Roman, o Juarez, o Jeferson, o Felipe, o Ortiz, o Roberto, o
Leonel, o Valdemar, e, citando-os, cito cada um de vocês que estão nessa luta
há muitos anos; não são nos últimos 30 dias, e, sim, nos últimos cinco anos.
Aqui, Cecchim, quero fazer uma referência a essa luta, uma luta harmônica,
sempre no caminho da construção, da costura, da disposição, mas sempre
defendendo a categoria, a classe, não individualmente, mas coletivamente para o
melhor para a cidade de Porto Alegre, para melhorar os serviços públicos da
Cidade. Esta tarde, depois de muitas reuniões no Governo, na Câmara, nós
brincávamos, numa reunião que tivemos aqui que o Roman estava sempre presente
na Câmara, conversando com todos os Vereadores, e quando falo nele, cito cada
um de vocês, cada um dos líderes que estiveram nesta Casa, no plenário, nos
gabinetes, nas Lideranças de Governo, sempre construindo positivamente.
Retiramos o quórum na quarta-feira por estratégica
política, para que não votássemos na quarta-feira e não tivéssemos o resultado
que nós teremos hoje. Se nós tivéssemos votado na quarta-feira, não teríamos,
talvez, o acordo que o Prefeito Fortunati e o Vice-Prefeito Sebastião Melo
acabam de nos dar: derrubem o veto e valorizem os fiscais! Derrubem o veto e
valorizem esses agentes que trabalham incansavelmente pela Prefeitura de Porto
Alegre! E essa luta eu quero dividir com cada um dos nossos Vereadores da base
de Governo e também com os Vereadores de oposição que se posicionaram, e quero,
sim, valorizar cada um dos meus parceiros desta base de Governo, que ligaram
para o Vice-Prefeito, que ligaram para o Prefeito Fortunati não simplesmente
para derrubar o veto, mas para mostrar que essa categoria foi uma categoria que
sempre respeitou o Governo e, principalmente, sempre respeitou o cidadão
porto-alegrense.
E aos meus parceiros de Governo, o meu carinho, meu
respeito e o meu muito obrigado por sempre estarem ao meu lado, ao nosso lado,
Pujol; ao nosso lado, Brum, na Liderança do Governo nos momentos mais difíceis,
pois nesses momentos é que nós realmente construímos as melhores coisas para a
Cidade. Para finalizar, eu quero dar, especialmente, meus cumprimentos à
diretoria e às lideranças dessa categoria; meu respeito, nosso respeito a cada
um de vocês e à liderança de vocês, que é uma das melhores da Cidade. Parabéns!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o PLCE nº 002/15, com Veto Parcial.
O SR. ADELI
SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, eu, que sou da Bancada
do Partido dos Trabalhadores – junto com a Ver.ª Sofia, o Ver. Comassetto e o
Ver. Sgarbossa –, na semana passada, quando voltei para a Câmara, disse que uma
das coisas mais importantes, o maior capital, a maior riqueza desta Casa – por
extensão, também, do Executivo – são os seus servidores, os trabalhadores. Eu,
que já passei rapidamente pela Administração Municipal e Estadual e que
trabalhei pari passu com vários
agentes de fiscalização, sempre me dei conta da importância dessa função no
serviço público, seja no Município, no Estado ou na Federação.
Acho que já deveríamos ter aprendido com a
Constituição de 1988, de acordo com a qual, de forma muito clara e cristalina,
entre os direitos fundamentais, nós temos o direito ao trabalho e à valorização
do trabalhador; e, mais do que isso, também foi esculpida a dignidade da pessoa
humana. Alguns agentes que estão nas ruas, numa linha de frente, enfrentam grandes
dificuldades – falo especialmente do pessoal da SMIC, mas também poderia falar
do pessoal da SMOV, que muitas vezes enfrenta situações semelhantes, assim como
do pessoal da SMAM, dos agentes de fiscalização da saúde e da vigilância
sanitária, que muitas vezes são agredidos, agentes públicos que têm fé pública,
que são polícia administrativa. Para isso, tem que ser valorizado nível
superior, qualificação profissional, cursos de capacitação, trabalhos
conjuntos. Ouço falar agora que se pensa, inclusive, numa unificação, mas isso
tem que ser discutido com o servidor, com a sociedade, de forma a fazer uma
estruturação do serviço público não segundo o que se sonha numa noite de
outono, mas segundo aquilo que, de fato, tem que ser feito.
Eu vejo uma faixa sobre Mariana, onde, de fato,
faltou fiscalização, faltou capacitação em várias questões. Aqui, foi a mesma
coisa. Muitas vezes nós não precisamos fazer novas leis. O Ver. Dib dizia
muitas vezes que, antes de fazer leis, o Vereador tem que ser o fiscal da Administração
pública. É isso que nós devemos ser. Assim como as senhoras e os senhores
receberam uma função pública para fiscalizar, e devem continuar assim
independentemente de governos, independentemente de quem é o secretário no
momento. O gestor público passa, porque há eleição de quatro em quatro anos, e,
no máximo, o Prefeito pode se reeleger uma vez. Muitas vezes, os secretários
passam tão rapidamente que, meses depois, o próprio servidor não sabe quem foi
o secretário anterior. Mas o serviço público fica, ele precisa ser qualificado,
ser valorizado, o servidor tem que ser capacitado, tem que ter segurança. E
aqueles que farão concursos, no próximo período, saberão que têm que ter nível
superior, que precisam passar numa prova, que têm que ter capacidade para fazer
tal e tal atividade como agente de fiscalização.
Nós sempre tivemos lado aqui, lado do bom serviço
público, da valorização do servidor, da dignidade da pessoa humana, da
segurança nos postos de trabalho. É por isso que hoje nós estamos felizes por
estar aqui, eu de forma maior ainda, porque nós hoje vamos aprovar um projeto
de lei, ao derrubar o veto, para que o serviço público de Porto Alegre melhore
cada vez mais. Viva o servidor público municipal de Porto Alegre! Mantenham-se
na sua função e na sua altivez! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para discutir
o PLCE nº 002/15, com Veto Parcial.
O SR. DR.
THIAGO: Eu quero me dirigir, Ver. Kevin, a todos os servidores que se encontram
aqui na Câmara, deles emanaram as emendas, surgiram as ideias e vieram os
olhares para uma capacitação profissional. Cada vez mais este País amadurece, a cada dia se torna um País mais democrático. Isso que vocês fizeram,
essa mobilização permanente durante todo esse período, sensibilizou as
autoridades, sensibilizou o Executivo. Vocês, então, são a referência
fundamental desse projeto, esse projeto só está sendo votado, nós só estamos
aqui derrubando o veto do Prefeito em função da mobilização de cada um e de
cada uma de vocês. Esse é um símbolo para a Nação brasileira. Quando as
pessoas, de forma independente, sem conchavos, sem interesses, se mobilizam
para determinado fim justo e legal, ocorre e ocorrerá neste País o que está
acontecendo aqui hoje.
Quero dizer que esta
Casa não poderia ter uma posição diferente. Eu olhava aqui nas nossas votações,
principalmente a votação do dia 14 de dezembro, em que tivemos a totalidade dos
presentes votando com a emenda e com as adequações positivas que vocês
trouxeram e que foram implementadas, através de emendas, por alguns Vereadores:
28 votos a favor, a totalidade do Legislativo Municipal. E este Legislativo
representa a globalidade do pensamento político da Cidade. O Executivo há
quatro anos representava a maioria do pensamento político da Cidade, mas aqui
temos todo o pensamento político da Cidade, e, sem dúvida, isso prevaleceu
agora. Quero destacar que o nosso parecer, na CEDECONDH, foi pela rejeição ao
veto, e foi acolhido pelos demais membros da Comissão. Ver. Prof. Alex,
agradeço a participação nesse momento.
Portanto,
vocês se mobilizaram, vocês fizeram a diferença, vocês se juntaram em
prol da capacitação do serviço público, vocês se uniram para dizer que querem
que o seus cargos sejam valorizados, inclusive com curso superior. Mas quem
ganha, sem dúvida nenhuma, é a cidade de Porto Alegre. Parabéns pela atuação de
vocês!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof. Alex
Fraga está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/15, com Veto Parcial.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde a todos os presentes, em especial aos agentes de fiscalização
do Município de Porto Alegre. Infelizmente temos normas regimentais e eu não
posso desfraldar a camiseta de vocês na frente da tribuna, por isso a deixo no
meu ombro. Primeiramente, eu gostaria de saudar a razoabilidade do Executivo
Municipal frente à tamanha mobilização, a tamanho enfrentamento, à tamanha
manifestação, sempre muito respeitosa dos fiscais, que fez o Executivo
retroceder. E aqui eu gostaria de destacar algumas palavras que eu ouvi, no ano
passado, do Ver. Delegado Cleiton, em uma manifestação nessa mesma tribuna, ele
trouxe palavras do seu pai dizendo que “ feijão e político só na pressão”. Foi
a pressão de vocês, foi a mobilização de vocês, foi o porta a porta, o
convencimento frente aos integrantes desta Casa que conquistou essa vitória.
Então, se há uma permissão do Executivo para a derrubada do veto, é porque
vocês mereceram, vocês conquistaram na luta, na garra. Parabéns a vocês,
agentes de fiscalização do Município de Porto Alegre! A atividade de vocês é
fundamental para a boa prestação dos serviços no nosso Município, sem
fiscalização os serviços públicos ficam deficitários, problemáticos. Vocês são agentes
que estão nas ruas em contato direto com a população, vocês sabem das demandas, vocês sabem das necessidades do nosso povo, vocês
sabem quais são os problemas que este Município tem, vocês vivenciam esses
problemas no dia a dia. Vocês deveriam ser mais valorizados e mais ouvidos,
porque quem ouve aquele que está lá na ponta, prestando serviços públicos
essenciais, oferece um melhor serviço à população. Infelizmente, isso não é
prática dos executivos em nosso País, em nosso Estado, nem em nossa Cidade. O
servidor público municipal precisa ser escutado, precisa ser valorizado, e a
sua opinião não merece apenas um registro, um aperto de mãos e, depois, ser
colocada na gaveta, ela precisa nortear as políticas públicas. São os
servidores os principais agentes da transformação política da nossa sociedade.
Se Porto Alegre está do jeito que está, é porque tem muita gente mandando sem
competência para fazê-lo. Decisões de burocratas que não conhecem o real
serviço e as reais necessidades desta Cidade. Portanto, quanto mais
participação vocês, funcionários públicos, tiverem nos destinos e nos serviços
públicos, mais qualificação nós teremos para a nossa Cidade.
Acompanhei bastante
essa luta, mesmo porque eu tenho em casa um exemplo de luta, de determinação,
um colega de vocês. Meu irmão Jéferson, agente de fiscalização, em parte, ele é
um dos responsáveis por eu ser hoje também professor da Rede Municipal, porque
ele sempre me falou: “O trabalho é duro, o trabalho é diário, a luta é
constante, mas a gente consegue trabalhar, a gente consegue mudar, pouco a
pouco, a cara da Cidade.” Se nós estamos lá, frente a frente com a população,
lutando pelos direitos e pelo avanço dos direitos dos cidadãos, Porto Alegre só
tem a melhorar. Parabéns a todos vocês, é uma grande conquista, vamos celebrar!
Eu gostaria que a gente tivesse 36 votos favoráveis a essa derrubada, mas,
infelizmente, temos algumas ausências, mas acredito que será por unanimidade na
tarde de hoje. Parabéns a vocês!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/15, com Veto Parcial.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, meus queridos e queridas fiscais da
Prefeitura, eu não precisava nem vir à tribuna hoje, vocês sabem a minha
posição de sempre. Eu viria aqui para fazer um discurso pedindo a derrubada do
veto, mas não foi preciso. Graças à nossa luta, à luta de vocês junto ao
Executivo, aos Vereadores, que pediram reunião com o Vice-Prefeito, com o
Prefeito, que insistiram, que ganharam tempo, na semana passada, para fazer
essa negociação, hoje venho aqui só para comemorar uma vitória que é fruto da
competência, do trabalho, da dedicação que vocês têm pela Cidade. Eu sou
testemunha disso. Vim aqui mais do que fazer um discurso, vim aqui testemunhar
o trabalho importante que a fiscalização faz para o Município. Tive a
oportunidade de ser Secretário da SMIC, com muita honra, e vi o trabalho,
acompanhei o trabalho de cada um desses servidores, e aí se fundou o Procon
Municipal, para onde alguns fiscais foram, realizando o trabalho com a mesma
dedicação, com a mesma competência, e sempre com reivindicações educadas,
tranquilas, que, muitas vezes, não foram entendidas quando o processo já estava
no finzinho, faltando apenas uma ou duas assinaturas. Hoje, acho que uma das
grandes conquistas teve a vitória no dia de hoje: a derrubada de um veto do
Executivo por todos nós, situação e oposição. Viva o trabalho, grande luta
desses fiscais, desses servidores dedicados. Um abraço a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
discutir o PLCE nº 002/15, com Veto Total.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Presidente Cassio, na pessoa de V. Exa. cumprimento os demais
Vereadores e Vereadoras; público que nos assiste nas galerias, especialmente os
fiscais; público que nos assiste pela TVCâmara; senhoras e senhores; também
venho a esta tribuna, hoje, nesta tarde de trabalho, com muita alegria, para me
somar às intervenções dos Vereadores que me antecederam, no sentido do desfecho
que se aproxima com esse indicativo do Governo, depois de vários passos dados,
de várias rodadas de negociação. Cumprimentando o Ramon aqui, quero
cumprimentar toda liderança desse movimento, que nos procurou há cerca de 60
dias com a ideia de que se estabelecesse uma emenda que pudesse proporcionar
obrigatoriedade, a partir de um conceito de nível superior, para atuação da
fiscalização em Porto Alegre, de que nós efetivamente na lei fizéssemos essa
observação.
Conversamos com o Secretário Tonietto e com o
Secretário Elói Guimarães, a nossa assessoria esteve com a representação do
movimento conversando também com a Procuradoria-Geral do Município, e chegamos
à conclusão de que uma das maneiras de nós colocarmos essa pauta na agenda
positiva da Cidade seria firmar a emenda ao projeto e apresentá-la. E foi dali
que surgiu esse primeiro embrião e as negociações foram evoluindo. No dia da
votação aqui, nós tivemos a sensibilidade do Líder do Governo, Ver. Kevin
Krieger, com o consentimento de quem vinha liderando o movimento, de que essa
exigência poderia ser construída para os futuros concursos públicos, que isso
seria bom para a Cidade, porque é bom para a fiscalização, para quem exerce
atividades na Cidade e precisa ser fiscalizado a partir de um conceito balizado
pelo nível superior, pois isso agregaria valor para a função na Cidade.
Somaram-se intervenções de ex-secretários – Secretário Cecchim, Secretário
Goulart –, e tantos outros Vereadores tiveram também essa compreensão e esse
entendimento. Foi, então, construída uma subemenda para que nós colocássemos,
ali nessa página, o marco de se estabelecer que, a partir dos próximos
concursos, nós tivéssemos essa exigência de nível superior na fiscalização em
Porto Alegre.
Foi o projeto para o Executivo, voltou o veto;
estavam todos vocês, de novo, para debater, para enfrentar a pauta. Muitas das
lideranças do partidos, especialmente do Governo, em rodadas com o
Vice-Prefeito, com o núcleo do Governo, foram importantes seus sentimentos, a
clareza, a compreensão do quão relevante é este momento, porque tivemos aqui
também – vejo aqui o Secretário Nelcir Tessaro – outros avanços em outras
categorias submetidos à apreciação desta Casa, como a ascensão dos assessores
jurídicos a procuradores, outras situações envolvendo Procuradoria, Fazenda, e
por que não também a fiscalização? Tudo se somou e se agregou as mais diversas
argumentações, e hoje a gente recebe esta notícia da sensibilidade do Prefeito
de que realmente isso é o melhor para a Cidade, que vai realmente responder e
corresponder à altura da expectativa da categoria, que hoje reúne praticamente
300 servidores, que, tenho certeza, vão sair daqui de peito estufado e de
cabeça erguida, dando sequência a um belo trabalho que já vinha sendo feito,
agora com uma nova perspectiva.
Que bom que conseguimos ombrear aqui uma solução a
quatro, seis, oito mãos, e hoje, através deste trabalho de Liderança do
Governo, em conjunto com as Lideranças dos partidos da base do Governo e da
oposição, tenho certeza de que votaremos por unanimidade, com a sensibilidade
do Prefeito e do Vice-Prefeito, esse avanço significativo para a categoria de
vocês e para a cidade de Porto Alegre, para o cidadão de Porto Alegre e para o serviço a ser fiscalizado por vocês e ofertado para o cidadão,
sendo que, ao final, quem realmente ganha é a Cidade, a cidadania e a sociedade
porto-alegrense de um modo geral. Parabéns a todos que, de uma forma ou de
outra, colaboraram para que esse dia chegasse e para que fosse possível este
desfecho.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/15, com Veto
Parcial.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, trabalhadores, agentes fiscais aqui presentes
nesta tarde, acompanhando esta Sessão, venho somente neste momento, depois do
anúncio do Ver. Kevin Krieger, porque usei meu tempo de Liderança, pela Bancada
do PCdoB, no início da Sessão, na qualidade de Presidente da Frente Parlamentar
em Defesa dos Servidores Municipais e dos Serviços Públicos de Qualidade, com a
discussão sobre o efeito cascata. Acho que muitos de vocês estavam aqui, junto
com a direção do Sindicato dos Municipários. Depois, cedi meu tempo de
Liderança pela oposição à Ver.ª Sofia que falou também em nome dos três
partidos de oposição. Neste momento, em nome do PCdoB e também da Frente
Parlamentar, como sua Presidente, venho aqui para parabenizar a organização de
vocês nesse processo contínuo de luta por direitos e a busca de um serviço
público de qualidade para a cidade de Porto Alegre. Parabenizo porque essa luta
fez se sobrepor o bom senso na Administração Municipal.
A Emenda Nº 05, de
autoria do Ver. Márcio Bins Ely, e a Subemenda nº 01, de autoria do Ver. Kevin
Krieger, configuram aquilo que ninguém melhor do que vocês disseram para todos
nós, para a Administração e para a Cidade. Por que a luta por formação e por
capacitação? Por que a luta por formação profissional para todas as áreas,
olhando área por área, querendo se formar área por área? Por quê? Em primeiro
lugar, porque eu quero falar aqui como servidora pública da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, de carreira, como vocês, mas também falo como
farmacêutica, profissional de saúde, porque vocês, fiscais da saúde, sabem
muito bem que fiscalizações em saúde pressupõem formações diferenciadas, porque
há também as fiscalizações em meio ambiente, em mobilidade urbana, em
saneamento e em tantas outras áreas. Embora a saúde faça transversalidade com
todas essas áreas, também tem que haver essa transversalidade para uma política
pública. A gestão pública tem que entender que as transversalidades nas áreas
são fundamentais para a dinâmica das políticas públicas. A formação e
capacitação numa área específica garante que a gestão pública tenha uma
qualidade de natureza absolutamente diferente. Então, acho que a luta de vocês
são os direitos, mas vai além, vai também para dar um choque na gestão de entender
por exemplo... Aí vem uma... Essa é a razão do veto que nós votaríamos. Acho
que foi importante o que a gestão fez por conta da pressão e da luta de vocês,
porque a gestão tem que se preocupar em valorizar os seus servidores de
carreira. Aqui entra uma outra questão, que é a formação adequada para isso,
porque isso ajuda a não ter terceirizações em áreas estratégicas. Temos que
lutar muito por concursos público, por plano de carreira, por formação e
capacitação com curso superior, mas a garantia também de atender às
reivindicações dos servidores. Quero parabenizar todos vocês porque é uma luta
coletiva, só que é uma luta coletiva que extrapola os muros da administração,
porque ela vai ao encontro de uma gestão em serviço público, colocando cada profissional
num processo de carreira, no seu local adequado, na sua formação adequada, para
dar qualidade às políticas públicas. Acho também, finalizando, que essa luta de
vocês vai somar à próxima luta que se avizinha, que é a data base dos
municipários. Eu nunca vou conseguir, como servidora pública, desligar da luta
de todos os servidores para a questão maior de plano de cargos e salários, de
valorização do servidor público. Parabéns, hoje vocês estão aqui ajudando a
valorizar o serviço público para uma gestão de qualidade, independentemente de
quem esteja na gestão. E quem está na gestão e não entende isso está de costas
para a cidade de Porto Alegre. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/15, com Veto
Parcial.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, fui questionado há pouco, em uma matéria como
esta, em que já houve um anúncio do Líder do Governo de que a sensibilidade da
Administração Municipal e o esforço da base do Governo nos levou ao
entendimento pelo qual o Governo concorda e estimula que rejeitemos o veto por
eles apresentado no dia hoje, se isso não seria o suficiente para dispensar
qualquer manifestação da tribuna e, com isso, acelerar a deliberação daquilo
que nós esperamos que imediatamente após seja deliberado favoravelmente aos
fiscais. (Palmas.) Por incrível que pareça, as pessoas que me advertiram desse
particular não estão inteiramente certas. Não basta todos nós virmos aqui
concordar e bater palmas para o Ver. Kevin, para o Ver. Bins Ely, para o
Prefeito e Vice-Prefeito, que concordaram e se dobraram diante da argumentação
levada a eles, de que efetivamente as emendas feitas ao projeto eram fruto de uma
grande conversação da Casa e que, por isso, nós precisávamos ser liberados para
votar tranquilamente essa matéria. Argumentos
suficientemente convincentes, que justificaram a atitude do Prefeito, que
inclusive pede que se vote contra o veto apresentado pelo Executivo Municipal.
Mas por que então estou aqui a falar? Porque é preciso que fiquemos atentos.
Eu, na semana passada, vivi uma situação semelhante: tinha um projeto do meu
interesse, como autor; o Governo concordava com que o veto fosse recolhido, mas
não houve os 19 votos marcando ali. E é isso que é preciso que ocorra: 19 votos
ali dizendo, no mínimo, que tem que ser mantido aquilo que foi fruto do acordo
feito ainda antes da votação dessa matéria. Por isso, eu fiquei extremamente
satisfeito, ouvindo a manifestação do Ver. Adeli Sell, da Vereadora Líder das
oposições, destacada Líder do PCdoB, Ver.ª Jussara Cony, na mesma linha da
nossa proposição. O Líder do Governo veio aqui e disse que não era uma vitória
sua, mas uma vitória do entendimento, não o nome das lideranças de vocês, que
conseguiram, com paciência, chegar na posição que hoje nós estamos. Por isso,
então, se justifica a manifestação prévia, até porque quem marcou presença, mas
está no gabinete, pode vir para cá, porque nós precisamos que a sua vontade
seja manifestada no painel e que, ao final, aí sim, todos nós juntos possamos
festejar a vitória que vocês alcançaram. Parabéns!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Rodrigo
Maroni está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/15, com Veto Parcial.
O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde a todos
novamente. Eu fico muito contente, há alguns momentos que valem a pena. Diante
de toda a pressão, da incomodação, para quem leva o trabalho parlamentar a
sério, momentos como este, para quem, de fato, tem uma preocupação
transformadora, justificam boa parte da incomodação. Eu queria fazer uma
saudação especial ao Ramon - já foi comentado na sala ao lado -, não foi uma
fala exclusiva minha: falo do esforço e da maneira adulta com que os servidores
vieram aqui acompanhar. Eu, pelo menos, fui procurado acho que quatro ou cinco
vezes pelo conjunto de servidores nas últimas semanas de uma forma muito
madura, sensata, correta, equilibrada e principalmente muito democrática. É fácil
a gente defender os nossos interesses, aquilo que a gente avalia como correto,
achando que a gente tem que impor isso como uma verdade absoluta. O mais
difícil, quando os nossos interesses estão em jogo, é a gente se colocar na
condição, na perspectiva democrática de entender que as coisas não vêm prontas.
Nem num casamento, nem na família, ninguém nasce com um filho pronto para o
mundo, ninguém casa com uma esposa ou esposo da maneira como quer, de forma
ideal. As relações são construídas a partir dessa maturidade, a gente vai
mediando, mediando, para conquistar o que a gente acredita que pode ser melhor.
Eu quero dizer para
vocês que falar do funcionalismo público para mim sempre é muito familiar e
afetivo, e não só pelo meu pai e pela minha mãe, como comentei aqui. No ano
passado eu fazia essa discussão aqui na Câmara de Vereadores, da importância de
a gente sempre respeitar os funcionários públicos e priorizá-los. Primeiro,
porque não há papel político que consiga ser mais importante que um funcionário
público; eu acho um funcionário público mais importante, por exemplo, do que
qualquer parlamentar, do que qualquer Vereador, qualquer Deputado. Não dá para
acreditar que a política pública, que a gente tanto tenta debater, que tanto
falta para todo mundo, tanto se discute, vá funcionar sem a valorização e sem a
opinião do funcionalismo publico. Eu tive duas experiências, considero-me um
agente público: na Secretaria de Turismo do Estado e na Comissão de Serviços
Públicos da Assembleia durante alguns anos. Uma das coisas que eu fazia era
reconhecer – eu era Chefe de Gabinete da Secretaria de Turismo – que o meu
papel era menos importante que o dos funcionários, assim como eu coloco que,
aqui na Câmara, os funcionários têm um papel mais importante do que o nosso.
Como considerar que nós, Vereadores, tenhamos mais profundidade e conhecimento
sobre o aspecto público do que um funcionário que tem uma carreira de 10, 20 ou
30 anos? Eu acho que temos muito a aprender com eles e por isso devemos escutar
os funcionários públicos, com relação a todos os assuntos, é fundamental. A
melhor alternativa é sempre escutá-los. Por isso quando o Ramon vinha me
perguntar, eu sempre dizia que queria conversar - a gente teve um papel
importante da Liderança do Governo e, de uma maneira geral, dos Vereadores - e
aceitar essa condição. Porque se é para mudar, transformar a Cidade, o Estado,
o País, não dá para acreditar que isso é possível sem o funcionário público. E
o funcionário público mal valorizado, que não é escutado... Muitos acham e
cumprem o papel de expelir o funcionário público; muitas gestões não têm essa
habilidade que inclusive o Ramon demonstrou aqui de acolher as pautas e escutar
as demandas do funcionalismo público. Isso, seguramente, é a garantia de que
nem as políticas que a gente apresenta aqui jamais vão chegar à população. A
melhor forma de isso chegar à população é termos vocês como parceiros, amigos e
termos essa interlocução permanente e familiar. Parabéns pela luta de vocês e
contem conosco.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Airto
Ferronato está com apalavra para discutir o PLCE nº 002/15, com Veto Parcial.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a nossa saudação toda especial aos fiscais
da Prefeitura de Porto Alegre que estão conosco nesta tarde e a todos os
fiscais homens e mulheres que não puderam estar conosco, mas estão acompanhando
de perto o desenrolar da votação de agora à tarde. Hoje a Câmara vive um
momento especial, que é uma definição que já se encaminha bastante bem – e aqui
eu falo em meu nome, Ferronato, em nome do meu partido, o PSB, e em nome do
Ver. Paulinho Motorista, que também nos acompanha nesta votação.
Hoje, aqui, se
discute para manter um projeto com a sua emenda e subemenda que alcança, em
primeiro lugar, os anseios dos servidores de uma categoria que fizeram o mesmo
concurso nas mesmas condições e que se espalharam em diversas Secretarias e
unidades da Prefeitura, que têm as mesmas atribuições, maiores do que aquela,
inclusive, da qual fizeram concurso, e que estão limitados na sua possibilidade
de atender a todas as demandas que a sociedade de Porto Alegre precisa com a
celeridade necessária.
Ganha a Prefeitura de
Porto Alegre; ganham vocês, servidores, fiscais da Prefeitura de Porto Alegre,
mas eu tenho certeza de que ganham ainda mais o cidadão e a cidadã de Porto
Alegre, que há muito tempo clamam por uma ação conjunta, única, nessas
atividades de fiscalização.
Todos vocês sabem que
sou fiscal, e isso vem de longe; são 40 anos de atuação em tributos. Todos
compreendemos a importância e a necessidade de uma fiscalização valorizada, já
que presta um serviço relevante para a nossa sociedade. Foi em razão disso que,
no ano passado, quando fui procurado pelas entidades de classe, apresentei uma
emenda, a pedido de vocês, e abri mão da minha emenda para aprovar a emenda que
foi apresentada pelo Ver. Márcio, com uma subemenda do nosso Líder, Ver. Kevin
Krieger. Por isso, estamos aqui para dizer – e eu sempre disse – que vamos
votar pela manutenção da emenda, pela rejeição do veto. Isso merece inclusive
um aplauso todo especial - a posição do Governo Municipal - que sempre
compreendeu a necessidade de uma transformação da carreira para fazer com que se
passe a ter, agora, o nível superior.
Portanto, quero
deixar o nosso abraço a vocês – meu e do Ver. Paulinho Motorista - e dizer que
temos consciência de que com a luta, que vem de longe, de vocês, com a
participação e presença nossa e de toda Câmara, nós estamos encaminhando para
um final que tenha o alcance da aspiração da categoria de fiscais, mas também
uma necessidade de serviço da Prefeitura de Porto Alegre. O funcionário fiscal,
valorizado, com toda certeza, traz ganhos ao porto-alegrense, homem ou mulher.
Um abraço a vocês; parabéns, vamos votar “sim”!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 002/15, com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Cassio Trogildo,
Presidente; Vereadores e Vereadoras, vou falar dois minutos porque sei que nós
queremos ver aquele painel todo colocando “não” ao Veto e “sim” ao projeto.
Quero falar da importância da militância de vocês e da mudança do voto do
Governo. a partir da construção de uma maioria nesta Casa. Porque foi por meio
dessa grande construção, de cada um dos funcionários municipais que vocês
conseguiram mostrar para Vereadores de vários partidos e constituíram uma
maioria que fez com que a Prefeitura tivesse que reconhecer a força da pauta, a
transcendência ou apartidarismo dessa pauta e o quanto o conjunto dos
funcionários estava consistente e dialogando com todas as nuances políticas.
Porque, às vezes, a gente pensa que não vai andar uma pauta porque é a
oposição, a oposição é minoritária... Essa emenda é da base do Governo, é
verdade, mas também às vezes não anda porque é só da base do Governo. Então,
essa construção acima de partidos, num diálogo com o Legislativo, eu quero
valorizar muito. Quero valorizar o respeito, Ver. Kevin Krieger, que tem
viabilizado isso muitas vezes, do Executivo em relação ao Legislativo, porque a
gente reivindicou por muito tempo que o Legislativo é um órgão autônomo, que
tenha o seu espaço de atuação, que precisa ser ouvido - acho que os fiscais
constroem isso conosco. Então parabéns, porque, para além da valorização da
profissão, para além da valorização do funcionário público, da funcionária
pública que nós defendemos, vocês fizeram com que a democracia vicejasse e que
o Parlamento tivesse hombridade, mantivesse o seu voto e fizesse com que o
Executivo respeitasse a pluralidade. Parabéns! (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o
PLCE nº 002/15, com Veto Parcial. (Pausa.) O Ver. Engº Comassetto está com a
palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 002/15, com Veto Parcial.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente,
prezados colegas Vereadores e Vereadoras, prezadas senhoras e senhores, fiscais
da cidade de Porto Alegre e todos que aqui nos ouvem. Venho aqui em nome da
minha Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, em meu nome, em nome da Sofia,
Adeli e Sgarbossa, para falar sobre algumas questões que ainda precisamos falar
e enfrentar nesse debate. Há poucos dias o Prefeito Municipal anunciou que
possivelmente vai haver parcelamento dos salários por falta de arrecadação. Eu
quero dizer que, se houver uma fiscalização potente, respeitada,
potencializada, no número necessário para fiscalizar a cidade de Porto Alegre,
principalmente o setor da construção civil e do transporte público, não faltará
recurso para poder enfrentar as reposições salariais. Hoje vocês são em torno
de 290 fiscais; na década de 70, era um fiscal para cada mil habitantes. Hoje é
um fiscal para cada 8 mil habitantes. Essa diferença se dá onde? Em prejuízo
para as atividades da cidade, a serem bem desempenhadas, combatendo as
contravenções que existem nas estruturas e nas atividades privadas e atividades
públicas e aqui eu poderia dizer na SMOV. Por que se quebra tanta obra e se
faz, quebra e faz, quebra e faz? Isso é por falta de fiscalização. Por que
essas atividades todas, por que os ônibus não passam no horário e ninguém multa
e não tem para quem registrar? Porque foram retirados os fiscais de fiscalizar
o transporte público; hoje é a ATP que faz a planilha e não presta o serviço
como deveria prestar. Esses pontos todos são pontos que nós precisamos
enfrentar neste debate de qualificar a fiscalização. E aqui, quando veio esse
veto... Quero dizer para vocês que nós da política e vocês, funcionários
públicos que executam uma função política administrativa, não existe derrota
por antecipação porque a luta, a resistência e o convencimento levam sempre a
vitórias. Portanto, num momento como este, onde se vive no País um conjunto de suposições
de vitoriosas por antecipação, não existe isso. Desde que possa se praticar no
mínimo a democracia que é um direito de todos. E esta direção que aqui está, na
verdade, conquistou os votos. Não estou falando dos votos da oposição, do
PCdoB, do PT e do PSOL, que sempre foram votos a favor do projeto e pela
derrubada do Veto; vocês conquistaram os outros 11 votos que faltavam. Hoje
quando foi aberta a Sessão vocês já tinham 21 votos. É óbvio que para o Governo
não ter uma derrota vamos fazer um acordo e dizer que estão todos liberados.
Quero dizer isto para dizer: acreditem sempre no diálogo, no convencimento e na
luta porque quando se conquista a maioria, a maioria decide, a maioria de votos
é o que representa a democracia e tem que ser respeitada. É óbvio que tem essa
conquista, é óbvio que tem essa construção, é óbvio que tem aqui o resultado de
um trabalho, mas precisamos continuar discutindo a fiscalização porque nós
queremos uma fiscalização que atue com todo o seu potencial e que o Prefeito não
precise dizer que não terá dinheiro para o reajuste se tiver uma fiscalização
ativa. Boa luta!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Kevin
Krieger está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 002/15, com
Veto Parcial.
O SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde a todos, eu
não ia me inscrever até porque eu já falei anteriormente, mas, com a fala do
Ver. Comassetto, eu não posso me isentar de falar. O Ver. Comassetto já está
como Líder da base do Governo. Ele já tinha 11 votos hoje. Quero lhe dizer,
Ver. Comassetto, com todo respeito, mas esta base trabalha unida; esta base é
séria e trabalha unida. Ela, durante 30 dias, esteve junto ao Governo
Municipal, junto com os fiscais, para buscar a derrubada deste Veto. Então, não
me venha com esta história que já tinha 21 votos aqui, que não tinha. Nós
trabalhamos incansavelmente junto a cada um de vocês, junto com cada um de
vocês, ao longo dos últimos 30 dias, com os Vereadores da base do Governo. E
tenho, Ver.ª Jussara, por ti, e falo a ti, a Líder de oposição, e a todos os
Vereadores da oposição, meu maior respeito, que lutaram, desde o começo, para
que isso acontecesse. Mas não venham tirar os méritos dos Vereadores da base do
Governo. Não venham tirar. Vamos somar os méritos de todos os Vereadores. A
base do Governo trabalhou incansavelmente junto ao Vice-Prefeito e ao Prefeito.
E não é o Kevin que está aqui dizendo. Qualquer dos Líderes que estão aí,
quantas vezes foram ao Paço Municipal, quantas vezes vieram a esta Casa, quantas
vezes ao longo dos últimos dias e últimos meses? Então, eu não podia deixar de
vir para falar isso, porque a construção foi coletiva, a construção foi de
todos. Eu tenho maior orgulho da minha base de Governo. E vamos para a votação.
Um abraço e parabéns a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal o PLCE nº 002/15, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO o
Projeto por 29 votos SIM. Rejeitado o Veto
Parcial. (Palmas.)
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h49min.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 16h53min): Estão reabertos os trabalhos.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum,
solicitada pela Ver.ª Fernanda Melchionna. (Pausa.) (Após o fechamento do
painel eletrônico.) Catorze Vereadores presentes. Não há quórum.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 16h55min): Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos às
Este Vereador está
com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desisto. O Ver. Delegado Cleiton está
com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Engº Comassetto está
com a palavra em Comunicações.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente; Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos assistem pela TVCâmara, quero fazer
uma referência à situação em que vive o País neste momento e à defesa
intransigente que fazemos aqui da democracia e da Constituição Federal. Dizer
que não será este Vereador, ou não serão os Vereadores e Vereadoras da Bancada
do Partido dos Trabalhadores, não serão os Vereadores dos partidos
progressistas que compõem esta Casa, que entrarão para a história em não
defender aqui desta tribuna, a democracia, em não defender a Constituição
Brasileira.
E a história
brasileira se repete; neste momento, eu quero saudar instituições como a CNBB,
Ver. João Carlos Nedel, que emitiu uma carta pública na defesa dos valores
republicanos e democráticos, no respeito às instituições e no respeito aos
processos eleitorais.
Eu quero cumprimentar
os artistas brasileiros na pessoa do Chico Buarque de Holanda, que todos nós
aqui, Ver.ª Mônica Leal e Ver. Adeli Sell, duvido que tenha alguém que não
goste do Chico Buarque de Hollanda, que desautorizou lá em Minas Gerais um
produtor, Claudio Botelho, que, utilizando as suas músicas para um espetáculo,
tentou transformar o espetáculo num ato antidemocrático. A plateia abandonou o teatro
o deixando sozinho no palco. Chico Buarque de Hollanda, quando ficou sabendo,
proibiu de imediato esse produtor cultural brasileiro de utilizar suas músicas,
não pelo seu desempenho profissional, mas pela postura antidemocrática que
exerceu lá em Minas Gerais.
Quero cumprimentar
aqui o comandante do Exército brasileiro que falou na última sexta-feira, em
alto e bom tom, dizendo que o Brasil está no momento em que as suas
instituições têm que ser respeitadas e que o papel do Exército brasileiro é
garantir e defender as instituições e defender Estado brasileiro antes de tudo.
Quero cumprimentar aqui todos aqueles que foram e vão às ruas para defender o
seu ponto de vista e pregar uma postura de paz no relacionamento. E é isso que
quero dizer, mas também quero cobrar aqui que, em 1964, quando houve o golpe,
naquele momento, a OAB se posicionou em direção ao golpe; a Rede Globo se
posicionou em direção ao golpe; a RBS, aqui no Rio Grande do Sul, se posicionou
em direção ao golpe. Novamente, no mínimo, esses três entes, se posicionam
nessa linha sendo imparciais. Quero dizer aqui que jornalista não é para fazer
política, jornalista é para fazer jornalismo, jornalista é para levar à opinião
pública os fatos na essência da verdade e propiciar sempre o contraditório.
Quero dizer aqui aos meus colegas Vereadores e Vereadoras que nós do Partido dos Trabalhadores não temos nenhum problema de
vir aqui defender e combater a corrupção. E nós queríamos que a RBS viesse aqui
combater a corrupção e dizer por que a denúncia feita sobre ela hoje, na
Operação Zelotes, de pagar propina para retirar dívidas que deve ao patrimônio
público federal, que é dinheiro para a educação, não toca no assunto e não
exige que os seus dirigentes também prestem esclarecimento público. Quero abri
aqui esse espaço para que a RBS venha a esta Casa se justificar por que também
aposta na corrupção. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente, Vereadoras e Vereadores, eu quero cumprimentar o Ver. Engº
Comassetto pela coragem de vir aqui e defender o indefensável. Todos nós somos
contra a corrupção e queremos a punição de qualquer partido que faça corrupção.
Agora, defender esse Governo em nome da paz! A paz seria muito fácil se a
Presidente Dilma renunciasse em nome da paz, isso seria o ideal, porque
realmente a democracia está a perigo, mas o assunto é lá em Brasília e nós
somos – vamos chamar assim – deputados municipais. O nosso problema é Porto
Alegre! E a crise nacional está refletindo no Município; em breve, teremos
problemas maiores. E o que Câmara de Vereadores está fazendo para contribuir
com a superação ou com a prevenção da crise que vai acontecer mais fortemente
na nossa Cidade? Agora mesmo vimos a retirada de quórum, tendo aqui, senhoras e
senhores, 45 projetos na Ordem do Dia
para serem votados! Quanto tempo nós vamos levar para votar esses projetos?
Temos tempo para votar hoje, e o quórum foi retirado. Solicito aos Srs.
Vereadores maior compreensão, maior responsabilidade com a coisa pública. Nós
temos que cuidar do nosso Município e cumprir o nosso papel de Vereador.
Presidente, eu faço uma conclamação para que os Vereadores possam votar esses 45
projetos o mais breve possível. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
Desiste. A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra em Comunicações.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores; aproveitando este período de Comunicações, eu vou
abordar dois assuntos relacionados às nossas atividades. Um deles são os
projetos para animais; o outro, a suspensão dos serviços de atendimento aos
animais pela Secretaria Especial dos Direitos Animais na semana passada.
Primeiro, gostaria de esclarecer aos protetores e cidadãos em geral que,
em Porto Alegre, em 2011, foi formado um grupo do qual tive a oportunidade de
participar, junto com as Procuradorias da Câmara e do Município e com as
Secretarias por onde passam temas relacionados aos animais, com a finalidade de
consolidar os normativos sobre o assunto. Uma lei complementar foi aprovada em
2012, resultado dessa consolidação. Esse trabalho resultou mais de 20 leis
revogadas, tornando-se uma referência. A temática é o comércio, proteção e a
defesa dos animais. Portanto não pode ser apresentada uma lei ordinária ou
mesmo uma lei complementar que não esteja de acordo, uma vez que tais
disposições estão fixadas no parágrafo único do art. 72 da Lei Orgânica do
Município, e o mesmo assunto não pode ser disciplinado por mais de uma lei,
além de previsões nos artigos 21 a 25, da Lei nº
611/2009. Também gostaria de relatar a causa animal para que não haja promessas
ilusórias de projetos, isto é, Vereador não tem competência para apresentar
projeto que verse sobre crime. Aqueles que queiram apresentar esse tipo de
projeto, seja para animais, seja para outros tipos de atuação nessa área, devem-se
candidatar a Deputado Federal, Senador, elegerem-se e apresentarem lá no
Congresso um projeto desses, senão tal proposta poderá ser configurada como
demagogia ou de má-fé, porque é inconstitucional. Gostaria de esclarecer que
existe um Código Estadual de Proteção Animal e outras leis de proteção e defesa
dos animais, que não estavam regulamentadas e que, em nível estadual, por
sugestão do próprio Governador, foram transformadas em uma única lei. Essa
iniciativa é do médico-veterinário e Deputado Estadual Gabriel Souza - projeto
que está tramitando na Assembleia. Portanto. Quero esclarecer que projeto de
lei municipal contrário à legislação estadual ou mesmo similar, primeiro, é
ilegal, e, segundo, inócuo. A minha segunda colocação é quanto à suspensão do serviço
de atendimentos da SEDA na Lomba do Pinheiro na semana passada; embora tenha
avisado ontem, domingo, através da sua Fun
Page, no Facebook, que, a partir de terça-feira, o serviço será retomado em
nível ambulatorial para consultas agendadas pelo 156 na unidade veterinária da
Lomba do Pinheiro, sendo que devido à superlotação ainda não serão possíveis
internações, pois a capacidade está esgotada. A medida visa a assegurar o
bem-estar dos animais internados. Quero lamentar a suspensão desses atendimentos,
embora fosse previsível.
Na sexta-feira,
diversas protetoras, durante o dia, nos contataram no gabinete para falar sobre
a suspensão desse atendimento pela Secretaria. Fiz contato ao 156 e
certifiquei-me de que realmente estavam suspensos os atendimentos da SEDA para
animais na unidade da Lomba do Pinheiro, o que era previsível pelo aumento do
número de solicitações, via 156, pendentes, seja para atendimentos, resgates,
abandonos, acidentados, esterilizações ou mesmo fiscalizações de maus-tratos e
que me levaram, nos últimos três anos, como medida concreta, a propor aumento
no orçamento da SEDA, sendo que, para 2016, conseguimos aumentar em R$ 860 mil.
Não há como propor serviços públicos, criar expectativa e, depois de cindo
anos, querer restringir a demanda natural existente e o passivo gerado por
falta de políticas públicas. Holofotes, fotos, ladainhas repetidas de
autointitulação como modelo, de nada adiantam, se não for exercida uma gestão
com qualidade e eficiência.
O hospital
veterinário é uma promessa de campanha eleitoral de 2012, e certamente, quando
for entregue, no final do ano, conforme informado pela SEDA, será insuficiente
para atender a demanda de tanto animais que continuam sendo abandonados,
procriando, em situação de vulnerabilidade. Serão resgatados então por
protetoras, para não ficarem agonizando nas ruas. Hoje são terceirizados para
Município vizinhos quando retirados dos depósitos por atuação do Ministério
Público.
Reforçamos a
necessidade de amplo cadastro municipal de animais, microchipagem e programas
de esterilização de grande alcance e conselho municipal dos direitos dos
animais. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Presidente.
Eu agradeço à minha Bancada por poder, na Liderança do Partido dos
Trabalhadores, fazer o registro desta data de hoje, que é marcada
internacionalmente para lembrar e conscientizar sobre a Síndrome de Down: 21 de
março. Esta é a data escolhida, preconizada pelo Down, Síndrome Internacional,
no qual 21 representa o par 21 do nosso genoma e o número três designa os três
cromossomos ali colocados, ou seja, a Síndrome de Down ou Trissomia do
cromossomo 21 é uma condição causada por um cromossomo extra no par 21, que
passa a ter três cromossomos ao invés de dois. Não é, pois, uma doença, mas uma
condição genética, que, por muito tempo, ficou oculta no medo e na ignorância.
O nome homenageia o médico britânico, John Langdon Down, que, pela primeira
vez, descreveu a condição em 1862. E não é como alguns pensam, que down designa
alguém infeliz ou para baixo. A Síndrome de Down faz com que se manifestem
características diferenciadas no fenótipo, manifestadas por cada indivíduo, em
virtude da determinação genética, como olhos oblíquos - lembrando as pessoas
orientais -, mãos pequenas, rosto arredondado, prega palmar única, hipotonia –
diminuição do tônus muscular, responsável pela língua protusa, aprendizagem
mais lenta, dificuldades com raciocínio complexo e juízo crítico, entre outras
coisas. Ocorre igualmente entre meninos e meninas, e além de maiores desafios
para o desenvolvimento intelectual, acarreta vulnerabilidades em outras áreas
da saúde humana, como maior frequência do hipotireodismo congênito, alta
incidência de cardiopatias, maior tendência à obesidade, etc. A estimulação
precoce desde o nascimento é a melhor maneira de promover o desenvolvimento dos
potenciais da criança com Síndrome de Down. Por isso, a data da conscientização,
por isso a necessidade de esclarecimento, de formação dos técnicos, em especial
da área da saúde, mas também na área da educação. Cada criança com Síndrome de
Down é única com sua própria personalidade, emoções, talentos e ideias; ela irá
desenvolver sua personalidade única, assim como outras crianças, sendo
competente para dar e receber amor. Por muito tempo essas crianças sofreram com
preconceitos de toda ordem, incluindo diagnósticos negativos de
autorrealização, segregação, poucos cuidados educacionais, causando mais
isolamento, condenando-as a não ultrapassar as baixas expectativas que lhes
eram atribuídas. A educação é talvez uma das áreas que mais avançou no sentido
das políticas de inclusão e do encorajamento de pais, para garantirem o seu
desenvolvimento na escola única, porque é preciso que os pais sejam
esclarecidos, encorajados e apoiados. E, as crianças - com auxilio de
intervenções cada vez mais precoces na infância, cuidados médicos modernos,
melhor educação, maior aceitação social - estão se desenvolvendo, mesmo com a
Síndrome de Down, em cada nível, uma mais alto que a outra. Não somente os
escores de QI estão em ascensão, mas também são aprendidas novas habilidades
que proporcionam à criança e aos familiares uma vida mais completa.
Então, eu quero
finalizar dizendo que a Associação de Pais e Amigos de Portadores da Síndrome
de Down está fazendo uma série de atividades. Hoje tem uma exposição belíssima,
tanto no Aeroporto quanto aqui na Assembleia Legislativa, de fotos, imagens que
mostra as potencialidades por tantas vezes escondida, impedida pela segregação
social, pela ignorância e pelo preconceito. Então, que este dia não seja apenas
um dia de lembrança, de consciência, mas de luta para que a sociedade seja
menos normalizadora e mais emancipadora.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum,
solicitada pela Ver.ª Fernanda Melchionna. (Pausa.) (Após o fechamento do
painel eletrônico.) Não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h19min.)
* * * * *